05 jun, 2018 - 13:35
O ministro da Cultura compromete-se com um novo modelo de apoio às artes até setembro.
Castro Mendes avançou, esta terça-feira, no parlamento, que a alternativa ao atual modelo de apoio vai ser desenhada por um novo grupo de trabalho que entrará em funcionamento nas próximas semanas e recolherá críticas e sugestões dos agentes do setor.
Na audição perante a comissão parlamentar de Cultura, o ministro disse que "1% para a cultura é o objetivo para o qual caminhamos", respondendo a críticas do PCP sobre o apoio financeiro às artes.
"Houve um incremento notável no apoio financeiro às artes", sustentou o responsável pela tutela, respondendo à deputada Ana Mesquita do PCP, que criticou o novo modelo de apoio às artes, classificando-o de "mercantilista" e revelador de "uma política de gosto do Governo".
"Este modelo não serve, é uma desresponsabilização do Estado, porque não dá resposta às necessidades dos artistas para pagarem as suas despesas regulares. Há companhias que ficaram fora dos apoios", alertou a deputada, apontando que "algumas já são vítimas, têm de fazer cancelamentos de espetáculos, e ameaçam fechar".
Luís Filipe Castro Mendes negou qualquer desresponsabilização, mercantilização ou política de gosto, e recordou que, apesar do "aumento assinalável para os apoios às artes, não são ilimitados".
"A anulação dos concursos seria uma tragédia para todas as companhias", defendeu o ministro.
Por seu turno, o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, também sublinhou que "este modelo tenta, dentro das regras - que podem ser revistas e melhoradas - garantir o financiamento do setor" das artes.
Na audição desta manhã, estiveram presentes, na assistência, cerca de uma dezena de artistas, de várias áreas, do teatro, às artes visuais e cruzamentos disciplinares.