25 mai, 2018 - 13:56
O ministro do Ambiente rejeita demitir-se como exigido por várias organizações ambientalistas, alegando que compete ao primeiro-ministro, António Costa, decidir sobre a sua continuidade no Governo.
Foi desta forma que João Pedro Matos Fernandes reagiu esta sexta-feira à carta redigida por dezenas de grupos de defesa do ambiente, na qual criticam o responsável da tutela por ter autorizado o avanço do furo de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur sem exigir uma avaliação de impacto ambiental.
Na sua opinião, a missiva que lhe foi endereçada na quinta-feira "foi dirigida à pessoa errada", isto porque o seu futuro no Executivo socialista depende de António Costa e não dele, referiu aos jornalistas à margem da apresentação do programa nacional de políticas de ordenamento do território, no Porto.
Os ambientalistas não se conformam com a dispensa de avaliação de impacto ambiental relativa ao furo de prospeção de petróleo no sul do país. Pelo contrário, Matos Fernandes desvaloriza os riscos potencialmente decorrentes desse furo para justificar a ausência do estudo.
"Essa atividade terá um risco mínimo. Tudo tem um risco na vida, acreditamos firmemente que - assim nos disseram aqueles que têm o saber e o poder atribuído pela lei para o decidir - o risco que existe é, de facto, residual e não justifica uma avaliação do impacto ambiental."
Os ambientalistas e outros grupos da sociedade civil, bem como organizações como o Turismo do Algarve, discordam dessa opinião e classificam a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente como "vergonhosa", por pôr "em risco" a população da região e agravar o risco sísmico já existente no Algarve.