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Eutanásia

​“O mais fácil é dar a morte a pedido”, diz bispo da Guarda

24 mai, 2018 - 16:21 • Liliana Carona

O assunto da defesa da vida tem que preocupar toda a gente e mais quando está em causa defender os mais frágeis, afirma D. Manuel Felício.

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O bispo da Guarda apela aos deputados que tenham senso na discussão da despenalização da eutanásia agendada para dia 29 de maio, na Assembleia da República. D. Manuel Felício considera que a sociedade atual trata as pessoas pelos números de contribuinte.

O assunto da defesa da vida tem que preocupar toda a gente e mais quando está em causa defender os mais frágeis, afirma D. Manuel Felício.

O bispo recorre a uma história para demonstrar a preocupação. “Conto-lhe uma história que se passou num lar aqui da diocese. Uma senhora cujos filhos estão no Luxemburgo, passou um filho por cá, pagou tudo o que devia, mas nem sequer foi ver a mãe. Aqueles que não produzem e que não são um ativo económico são postos de canto, numa prateleira, e muitas vezes de oiro, mas as pessoas quando estão na prateleira não se sentem bem e às vezes em extremos, podem querer antecipar a morte”.

“Quando alguém pede a morte, é dar-lhe a morte ou averiguar porque pede isso? Se está no inferno temos que o tirar de lá, para se sentir bem. O mais fácil é dar a morte a pedido”, concluiu.

O bispo da diocese da Guarda não esconde a preocupação e deixa um apelo aos deputados.

“Eu peço a todos os que estejam neste processo de decisão que tenham senso, e que não embarquem nesta facilidade em nome de uma liberdade teórica, de dar a morte a quem a pede, procurem é saber porque pede a morte, e que se pode fazer para o tirar dali e isso corresponde a uma atitude que temos nesta sociedade, que não cuida a vida comunitária, cuida dos cifrões, mas trata as pessoas pelos números de contribuinte, e assim não vamos a lado nenhum, portanto que haja senso a tratar este assunto”, defende D. Manuel Felício.

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  • João Lopes
    24 mai, 2018 Viseu 18:04
    A eutanásia e o suicídio assistido continua a ser homicídio mesmo que a vítima o peça, tal como a escravatura é sempre um crime, mesmo que uma pessoa quisesse ser escrava! Com a legalização da eutanásia e do suicídio assistido, o Estado declararia que a vida de pessoas doentes e em sofrimento não lhe interessa, e não as protege. A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. O parlamento, os tribunais, os hospitais, os médicos e enfermeiros, existem para defender a vida humana e não para matar nem serem cúmplices do crime de outros.
  • benjamin
    24 mai, 2018 famalicão 17:00
    A bárbarie continua nos povos dos países do Sul. Gostamos muito de nos afirmar como europeus e parte integrante da Europa, mas para receber dinheiro porque, para cumprir com as regras mais elementares da ética ou evidenciar os mais altos padrões morais e cívicos, isso, já é para os outros, para os que pagam as contas. Mas, já não chegava estarmos na linha da frente para matar animais inofensivos e que sempre fizeram parte do nosso "habitat" e quotidiano, pois agora, pelo que vamos ouvindo e lendo, também queremos passar para a frente na decisão de matar pessoas antes do fim anunciado. Que tristeza de gente, que tristeza de cidadãos, que tristeza de país...

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