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Voleibol

Hugo Silva: "Não compreendo a forma leviana como se abdica da seleção"

23 mai, 2018 - 12:05

Portugal inicia, em agosto, a fase de qualificação para o Europeu de 2019. "O apuramento é obrigatório", sublinha o treinador, mesmo sem alguns jogadores que recusaram a chamanda à seleção.

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A época de sonho de Hugo Silva
A época de sonho de Hugo Silva

Hugo Silva não entende como há jogadores que recusaram a chamada à seleção nacional de voleibol e estranha que o utilizem como argumento, a julgar pelas notícias, um mal-estar com o treinador.

Alguns atletas anunciaram a renúncia à equipa portuguesa, quando se soube que Hugo Silva estava de regresso. O treinador suspendeu as funções de selecionador para assumir o comando do Sporting, esta época. Sagrou-se campeão e após o final da temporada reassumiu as funções de líder da equipa nacional.

Hugo Silva diz, em entrevista à Renascença, que não compreende como se pode recusar uma chamada à seleção. "É verdade que houve jogadores que disseram que não e lamento. Não percebo como se diz não a uma seleção nacional. Temos aqui exemplos de pessoas com família, filhos, esposas, casados há muitos anos e abdicam de tudo para estar aqui. Não percebo como é que determinadas pessoas, de uma forma tão leviana, conseguem abdicar de uma seleção e usando os argumentos que fui ouvindo [de que havia má relação com o treinador]", observa o técnico.

A propósito, Hugo Silva sugere que se fale com os jogadores que estão na seleção portuguesa para "perceber até que ponto é que existe esse mal-estar com o treinador".

Acumulação de funções

A ida para o Sporting causou algumas ondas de choque, mas o treinador destaca que todo o processo foi transparente. O contrato com os leões terminou, mas o clube pretende continuar a contar com Hugo Silva e o técnico não esconde que o interesse, mantendo-se o projeto com as linhas ambiciosas previstas, é mútuo.

Acumular as funções de selecionador e treinador do Sporting é um cenário em cima da mesa, apesar de gerar alguns anticorpos em Portugal. "Não vejo onde possa haver incompatibilidade de funções. Pelo contrário, acho que o selecionador deve ser um treinador português", refere Hugo Silva, que não quer ser o obstáculo para que tal não suceda.

"Eu espero que com estas polémicas todas, e falando sempre no nome do Hugo Silva que parece ser o grande problema, que voltássemos a ter 14,15 ou 16 sem um treinador português na seleção nacional", reforça.

Apuramento para o Europeu é obrigatório

Portugal está a competir na Golden European League e venceu o primeiro encontro, frente à Espanha, por 3-1. Hugo Silva irá preparar, ainda, os Jogos do Mediterrâneo e em agosto começa a fase de qualificação para o Europeu de 2019.

A fase final vai realizar-se, pela primeira vez, em quatro países. Bélgica, França, Holanda e Eslovénia são as anfitriãs. O formato da qualificação também foi alterado e, agora, os dois primeiros de cada grupo conseguem o apuramento.

Essa mudança é determinante para a mudança de objetivos de uma equipa que não está num Europeu desde 2011. Se até aqui havia um cabeça-de-série a complicar muito as contas, agora "o apuramento é obrigatório". "Apesar de todas as mudanças na seleção, da ausência de um ou outro, temos de nos apurar. É uma obrigação. Acho que temos de estar lá", sentencia Hugo Silva.

Hugo Silva abre o livro. Das sapatilhas flourescentes a selecionador de voleibol
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  • Alfred
    23 mai, 2018 Alfrag 13:38
    Pois está claro que se em Portugal vigorasse o regime socialista soviético, aqueles que fossem chamados à seleção seriam obrigados a comparecer sob pena de ir parar à Sibéria a trabalhar nas linhas do comboio ou nas minas de Norilsk! Ainda bem que só vai à seleção quem quer!
  • FERNANDO MARTINS
    23 mai, 2018 PORTO 13:01
    Hipócrita, mentiroso compulsivo. Sabes muito bem porque alguns jogadores recusam a seleção. A responsabilidade é só tua e da porcaria da Federação que representas.

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