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Eleições no Brasil

Michel Temer não vai ser candidato às presidenciais

22 mai, 2018 - 12:47

Decisão deverá anunciada pelo Presidente interino esta terça-feira à noite, avança a Reuters.

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O atual Presidente brasileiro, Michel Temer, vai desistir de ser candidato às eleições presidenciais de outubro e optar por apoiar a candidatura do antigo ministro das Finanças, Henrique Meirelles.

A informação está a ser avançada pela Reuters, que cita uma fonte com conhecimento do assunto. A agência aponta que a decisão surge perante crescentes pressões dentro do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) para que Temer abdique da candidatura e apoie o rival interno. Essa decisão, garante a fonte sob anonimato, deverá ser formalmente anunciada por Temer numa festa do partido esta terça-feira à noite.

Desde que as eleições de outubro foram convocadas, tanto Temer como Meirelles não têm conseguido alcançar os dois dígitos de intenções de voto nas sondagens, um facto particularmente notório no caso do, ex-vice-Presidente do Brasil no anterior governo de Dilma Rousseff, que acabaria por ocupar o lugar da chefe de Estado no rescaldo da sua deposição.

Dilma, do Partido dos Trabalhadores (PT), foi afastada pelo Senado no final de 2016 por manipulação das contas orçamentais, ou "pedaladas fiscais", antes das presidenciais de 2014.

Uma parte da sociedade brasileira acusa Temer de ter orquestrado um golpe contra ela para poder chegar à presidência, sobretudo tendo em conta que está impedido de se candidatar a cargos públicos até 2024 na sequência de uma sentença por corrupção a que foi condenado há dois anos.

Começou a era de Temer
Começou a era de Temer

Já enquanto Presidente do Brasil, Temer voltou ser formalmente acusado de corrupção.

No fim-de-semana passado, Temer já tinha dado a entender que podia atirar a toalha ao chão, ao declarar que os partidos centristas deviam reunir-se em torno de um só candidato para fazerem frente aos rivais, em particular a Jair Bolsonaro, e sobretudo face aos mais recentes inquéritos de opinião - num deles, 88% dos inquiridos disseram que nunca votariam no atual Presidente para continuar a liderar o Brasil.

A menos de cinco meses das presidenciais, cuja primeira volta está marcada para 7 de outubro, os candidatos continuam a tentar formar coligações partidárias na tentativa de captar a atenção e os votos do eleitorado brasileiro, uma considerável parte do qual está descrente nos políticos e desencantado com a política.

Este sentimento generalizado ficou reforçado em abril com a condenação de Lula da Silva a prisão. No rescaldo disso, o antigo Presidente brasileiro pôs a sua candidatura à disposição do Partido dos Trabalhadores, para que escolhessem outro candidato às presidenciais; as chefias do PT não aceitaram. Para já, ainda nenhum tribunal proibiu o antigo chefe de Estado de ter o seu nome nos boletins de voto em outubro.

Comentários
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  • Anónimo
    22 mai, 2018 13:34
    Ia ter o quê, 3% de votos? Golpista que devia estar preso!

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