22 mai, 2018 - 10:12
Os diretores de escolas defendem pausas intercalares no próximo ano letivo, pois a proposta de calendário escolar conhecida na segunda-feira indica períodos muito longos.
Na Manhã da Renascença, o presidente da Associação de Diretores de Escolas Públicas, diz que não há equilíbrio na divisão apresentada dos três períodos, com o terceiro a ser muito curto por causa da Páscoa, que vai ser a 21 de abril.
“No próximo [ano letivo], acho que, para atenuar estas grandes discrepâncias de tempo de duração dos períodos era criar, a meio do primeiro e do segundo período, um momento de interrupção. São muitos dias de aulas consecutivos para os nossos alunos”, afirma.
Isto, porque, segundo Filinto Lima, já não se pode alterar nada. Agora, só “daqui a dois anos” é que pais e escolas poderão voltar a ser ouvidos sobre o assunto.
Mas a associação já entregou uma proposta ao Ministério da Educação, na qual sugere a divisão do tempo escolar em semestres. “Como nas faculdades”.
“Na nossa proposta, que já apresentámos ao Ministério da Educação, respeitamos o Natal, a Páscoa e o Carnaval” e “não criam interferência na organização do calendário escolar”, defende o presidente da associação de diretores de escolas.
“O primeiro semestre poderia terminar em finais de janeiro, início de fevereiro e o segundo semestre começaria em inícios de fevereiro e ia até junho. É o que se passa já nas faculdades”, exemplifica.
O próximo ano letivo arranca entre 12 e 17 de setembro e termina entre 5 a 21 de junho. O 1.º período termina a 14 de dezembro; o 2.º período começa a 3 de janeiro e termina a 5 de abril e o 3.º período começa a 23 de abril.
Os alunos do 9.º, 11.º e 12.º anos são os primeiros a acabar as aulas: no dia 5 de junho. Os alunos do 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos terminam a 14 de junho e, finalmente, os mais novos (do pré-escolar e 1.º ciclo) terminam a 21 de junho.
As críticas não se fizeram esperar. A Federação Nacional de Educação (FNE) lamenta que o Ministério da Educação volte a desenhar o ano letivo com “desequilíbrios na duração de cada período letivo” e sublinha que períodos muito longos sem pausas não são benéficos para as aprendizagens dos alunos – teoria também acolhida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no estudo sobre “Organização Escolar – o tempo”.