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“A paragem da vizinha é melhor que a minha”?

22 mai, 2018 - 07:50

Segundo a Deco/Algarve, os transportes públicos ainda são “um dos grandes problemas da região”, o que leva as pessoas a desistir da sua utilização.

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“A Paragem da vizinha é melhor que a minha!” é o nome da campanha que a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco) do Algarve lança esta terça-feira. A ideia é incentivar os algarvios a denunciar o estado em que se encontram as paragens de autocarro, estações e apeadeiros da região.

“A ideia que transparece é que há um abandono do próprio espaço público, o que não pode acontecer”, argumenta Tânia Neves, porta-voz de Deco para esta campanha, à agência Lusa.

A responsável sublinha que as plataformas de embarque e desembarque de passageiros são infraestruturas que devem ser integradas no próprio espaço urbano, já que constituem, também, o desenho de uma localidade.

Mas o que temos são abrigos completamente expostos e que não protegem as pessoas do sol, da chuva ou do vento, falta de manutenção, de assentos, de iluminação, de limpeza e ausência de informação sobre o serviço do transporte em causa – foi o levantamento feito pela Deco nos últimos meses em vários pontos do Algarve.

Segundo Tânia Neves, o setor dos transportes públicos continua a ser "um dos grandes problemas da região do Algarve", tendo, na última década, sido registada uma quebra de 25% na utilização dos transportes públicos coletivos na região, cuja rede está, muitas vezes, desajustada às reais necessidades dos passageiros.

"Reivindicamos que estejam garantidas as funções básicas de um abrigo, que são a proteção, a comodidade e a segurança dos passageiros", sublinha, acrescentando que a Deco está também preocupada "em que seja assegurada a modernização e uma adequação dos equipamentos às atuais exigências e contextos de mobilidade".

As sugestões e queixas recolhidas serão depois encaminhadas para as autoridades com competência na matéria, acrescentou aquela responsável, sublinhando que a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) "tem um papel importante de fiscalização perante as entidades diretamente responsáveis".

O levantamento do estado das plataformas na região abrangeu, até agora, cinco concelhos algarvios, mas a Deco quer estender o trabalho a toda a região, tarefa que vai continuar nos próximos meses.

A associação prevê ainda algumas ações de contacto direto com a população, entre as quais, a realização de inquéritos.

Ao abrigo da campanha, que decorre até outubro, a Deco apela à participação dos consumidores, que podem apresentar as suas queixas ou sugestões na plataforma www.queixasdostranportes.pt.

Desde que a plataforma foi lançada, em março de 2016, o número de reclamações registadas no setor dos transportes públicos disparou, a nível nacional, para 4.021.

No Algarve, neste período, foram registadas 65 queixas, a maioria relativas aos serviços de transportes nas cidades de Faro e Portimão, número considerado satisfatório, já que antes praticamente não existiam queixas, concluiu Tânia Neves.

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