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Acordo nuclear

"Isto é só o início". EUA prometem "sanções mais duras da História" contra o Irão

21 mai, 2018 - 15:11

Secretário de Estado norte-americano apresenta lista de 12 exigências para não avançar com novo pacote de sanções.

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O responsável pelos Negócios Estrangeiros dos EUA, Mike Pompeo, ameaçou esta segunda-feira implementar "as mais duras sanções da História" contra o Irão caso o país não aceite fazer grandes concessões quanto ao acordo nuclear firmado com a comunidade internacional em 2015.

Numa palestra na Fundação Heritage, três semanas depois de Donald Trump ter anunciado o abandono desse acordo, Mike Pompeo exigiu a Teerão que introduza "grandes alterações" ao tratado se não quiser ser atingido por sanções duras que, garantiu, vão destruir a economia iraniana.

"Isto é só o início. A picada das sanções vai ser dolorosa. Se avançarmos, estas vão ser as sanções mais fortes da História", avisou o responsável de política externa. A administração norte-americana, acrescentou, "nunca" vai deixar que o Irão desenvolva armas nucleares. "Nem agora nem nunca."

Note-se que, no rescaldo da decisão do Presidente Trump, as sanções contra Teerão que tinham sido suspensas aquando da assinatura do tratado voltaram a entrar em vigor. O novo pacote de sanções hoje prometido por Pompeo irá mais além e só não vai concretizar-se se o país cumprir 12 exigências delineadas pelo secretário de Estado.

Irão. Quatro perguntas (e respostas) sobre o acordo rasgado por Trump
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A administração Trump quer, entre outras coisas, que o regime dos aiatolas acabe com o seu programa de mísseis balísticos, liberte todos os norte-americanos que estão presos no país e suspenda todos os seus apoios ao que Pompeo diz serem "milícias e grupos terroristas" no Médio Oriente e para lá dele.

O encarregado de política externa também exigiu que o país seja proibido de utilizar um reator nuclear de água pesada, a forma mais básica de produzir energia nuclear. "O Irão nunca mais vai ter carta branca para dominar o Médio Oriente", prometeu Pompeo na sua intervenção.

O acordo rasgado por Donald Trump no início de abril tinha sido firmado em 2015 pelo chamado P5+1, ou seja, pelos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - China, Rússia, EUA, França e Reino Unido - mais a Alemanha para impedir o Irão de desenvolver armas nucleares.

Sob esse acordo, o país aceitou não desenvolver armas nucleares e inspeções regulares às suas centrais. Em contrapartida, passou a poder enriquecer urânio para produção de energia para consumo doméstico e deixou de estar sancionado pelos EUA, pela União Europeia e restantes países.

Todos os países signatários à exceção da América garantem que vão manter o acordo com o Irão em vigor, criticando a decisão de Trump pelo potencial de desestabilizar a região e o resto do mundo. Dentro dos EUA, essa decisão também mereceu duras críticas por parte de especialistas e até de antigos Presidentes, como foi o caso de Jimmy Carter.

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  • MASQUEGRACINHA
    21 mai, 2018 TERRADOMEIO 16:29
    As mais duras da História? Só se for da história curtinha dos EUA... Nem percebem as parvoíces que dizem. Pudera, se até tiveram um presidente que dizia que não lhe interessava nada o que a História dissesse dele, porque já estaria morto.

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