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"Nenhuma taça apagará as consequências do que se passou em Alcochete", diz a FPF

18 mai, 2018 - 20:27

A Federação deixa vários recados a Governo, autoridades e justiça, pede soluções para os casos de violência e apela a que todos se portem bem, no domingo, na final da Taça de Portugal.

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A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) alertou, esta sexta-feira, que a realização da Taça de Portugal no Jamor não apaga nem relativiza as agressões em Alcochete. Na terça-feira, um grupo de 50 adeptos encapuzados, alegadamente afetos ao Sporting, invadiu a Academia e agrediu jogadores e treinadores. Desse grupo, 23 foram identificados, detidos e constituídos arguidos e estão a ser ouvidos em tribunal.

"A Federação Portuguesa de Futebol saúda e agradece o esforço das autoridades policiais e judiciais e a forma como têm lidado com esta situação triste e excecional", começa por referir a FPF, no site oficial, e salienta que "nenhum golo, nenhuma defesa, nenhuma vitória, nenhuma taça apagará as consequências do que se passou em Alcochete".

"Quem pensar assim está a pactuar com o intolerável", diz o organismo que tutela o futebol em Portugal. E deixa alguns recados aos poderes legislativo, executivo e judicial portugueses, com o Governo à cabeça.

"O País necessita de responder de forma diversa ao aumento de atos de violência extrema associados ao fenómeno desportivo. A 'legalização' de grupos organizados de adeptos é inócua e ineficiente. É preciso dizê-lo sem temer as palavras. A FPF afirmou-o em outubro do ano passado, na Assembleia da República", frisa a FPF, e acrescenta: "O Estado necessita de criar mecanismos adequados de resposta e, se for o caso de já os ter – e também afirmámos no Parlamento que esses mecanismos existem –, garantir que eles são adequadamente aplicados. De pouco ou nada adianta legislar se quem aplica as leis quase nunca se socorre delas".

"No plano desportivo não há que temer a ação. A Lei atual entrega exclusivamente aos clubes profissionais de futebol a elaboração das suas regras e respetivas medidas punitivas", lê-se. "É tempo "de os regulamentos atacarem os verdadeiros problemas do futebol", diz a FPF.

A Federação promete "total disponibilidade para auxiliar o Estado", no limite das suas competências "no sentido de essas propostas serem implementadas", e apela a que, no domingo, "todos saibam estar à altura do futebol", do momento que se vive "e da história da Taça de Portugal".

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