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Como ajudar a desenvolver o interior? Movimento apresenta 24 medidas e algumas são “radicais”

18 mai, 2018 - 07:43

Documento do Movimento pelo Interior é "propositadamente curto" e focado em três áreas - educação, ciência e ensino superior, fiscal e ocupação do território por serviços do Estado.

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O Movimento pelo Interior (MPI) apresenta esta sexta-feitra o seu relatório final, com 24 medidas "transversais ao espetro partidário", em que defende a transferência de 25 serviços públicos para o interior em três legislaturas, com incentivos para os funcionários.

O documento, que visa ajudar o desenvolvimento do interior do país, vai ser apresentado em Lisboa na presença do Presidente da República, do primeiro-ministro e do presidente da Assembleia da República.

O ex-presidente do Conselho Económico e Social (CES) José Silva Peneda, um dos mentores do movimento, disse à agência Lusa que se trata de um documento "propositadamente curto", com algumas medidas "radicais", focado em três áreas - a fiscal, a da educação, ciência e ensino superior, e a da ocupação do território por serviços do Estado.

É proposta a transferência de serviços da Administração Pública para o interior, ao ritmo de dois por ano, "com o objetivo de serem transferidos 25 serviços em três legislaturas".

Os incentivos passam pela atribuição de mais um salário por ano aos funcionários que acompanhem a transferência dos serviços públicos e pela majoração do tempo de serviço para progredir na carreira e para atingir a idade da reforma. Os direitos de parentalidade também seriam melhorados.

O relatório defende que os investimentos superiores a 25 milhões de euros que contem com apoios do Estado devem obrigatoriamente localizar-se no interior do país.

O grande problema demográfico

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Vila Real e líder dos autarcas socialistas, Rui Santos, também fundador do movimento, disse que vão ser apresentadas 24 medidas "transversais ao espetro político-partidário" e que "farão a diferença e permitirão que alguns indicadores com que hoje se vive sejam estancados, senão invertidos".

"O grande problema do país, o grande problema do interior é um problema demográfico, se tivermos em consideração que, nos próximos 50 anos, Portugal perderá 2,5 milhões de habitantes. Se isso acontecerá no todo do país, mais acontecerá, se nada for feito, no interior", afirmou.

O Movimento Pelo Interior foi criado no final do ano passado exclusivamente com o objetivo de apresentar um conjunto de medidas para corrigir os desequilíbrios estruturais do país, após o que se extinguirá.

Além de Silva Peneda e Rui Santos, o movimento integra o presidente da Câmara da Guarda e dos Autarcas Social-Democratas, Álvaro Amaro, o presidente do Conselho de Reitores, António Fontaínhas Fernandes, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos, Nuno Mangas, o presidente do Grupo Visabeira, Fernando Nunes, e o fundador do Grupo Delta, Rui Nabeiro.

Comentários
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  • gil paixao
    19 mai, 2018 fully 16:59
    PORTUGAL VEIO A SER DESTRUIDO por politicosgananciosos e arrogantes ,nos nao precisamos de migrantes sirios e outros mas sim de politicos suicos alemaes suecos filandeses em vinte anos seriamos um pais de cara lavada.com regioes pobres e ricos os pobres sao ajudados pelos ricos para que tenham um nivel de vida identica
  • fanã
    18 mai, 2018 aveiro 19:26
    Destruíram a agricultura , desvalorizaram a pecuária , incendiaram meio Portugal , acabaram com os Serviços Públicos de alta necessidade no interior do País ; "Escolas, Correios , Tribunais , Bancos , Hospitais , Transportes Rodoviários , Comércios de proximidade etc...." , uma desertificação mais que evidente , os mais Jovens Imigraram para poderem sustentar a Família , ou constituir uma onde os filhos tenham melhores condições . Estes desgraçados , desde o 25 Abril , não fizeram outra coisa que se governarem vergonhosamente . Portugal está como sempre esteve desde então , ganhamos a Liberdade de criticar, opinar , acusar , mas como se diz "cão que ladra não morde" !..........e assim lá vamos nós andando , olhando para os nossos míseros salários, sem poder fazer projectos futuros , estamos anestesiados com tanta pouca vergonha por parte dos "Desgovernantes" que nos brindam no dia a dia com tantas "boas más" noticias !...........isso até que um certo Dia percamos paciência !
  • João Santos
    18 mai, 2018 democratização 13:44
    Não mais que o mesmo, sensatas palavras escritas que não passarão disso mesmo, envergonhem-se todos os políticos e mudem de sistema para um sistema como o da Suiça que é uma democracia directa dividida em cantões onde os cidadãos têm uma palavra a dizer participando em toda a democracia do País.
  • bernardo
    18 mai, 2018 lisboa 11:46
    O interior não tem transportes,nao tem sol e praia,está atrasado 100 anos e por varias razoes ficou sem população.Criar artificialmente serviços e outros em território que não agrada a ninguém é lançar Portugal numa aventura que lavará a um atraso colossal e á revolta corrosiva contra sistema.Emigrar por emigrar vamos para o sul de Espanha,Itália etc.Onde há mais reformados nos países da EU é no interior dos Países ou nas zonas consideradas mais pacatas,clima moderado e que oferecem todos os serviços?Portugal está debilitado ainda financeiramente , com dividas infinitas ,crescimento insuficiente e ainda querem nova bancarrota com projetos irracionais.
  • justo
    18 mai, 2018 lisboa 10:53
    O nível de empenho compreende-se emocionalmente mas a realidade é que a populaçao do MUNDO está e vai viver em grandes metrópoles.Logo interior é para fechar ou então vamos atrasar mais o desenvolvimento do País.As 1200 vagas universitárias transferidas para interior j´preocupam os pais.O ensino no interior á custa dos alunos maioritariamente do litoral é uma violência para toda a família do litoral onde há transportes ferroviários acessíveis,o clima é péssimo , a integração difícil , a praxe agressiva e não permite visitas regulares dos pais ou dos estudantes ás suas origens.Há alunos q desistem e concorrem ao litoral quando n conseguem desistem de estudar.Ajudar o interior a morrer com dignidade é neste momento a solução.

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