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Joaquim Evangelista: "Jogadores queriam ir-se embora e não voltar mais"

16 mai, 2018 - 00:53

O presidente do Sindicato dos Jogadores manifesta total apoio aos atletas, após as agressões em Alcochete. Por outro lado, responsabiliza o Sporting pelas falhas na segurança e aponta o dedo ao líder leonino, Bruno de Carvalho, por não saber resolver problemas com equipa técnica e jogadores "dentro de portas".

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Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores (SJ), revela que os jogadores do Sporting entraram em desespero, após as agressões por parte de cerca de 50 adeptos que invadiram Alcochete, e atribuiu culpas a Bruno de Carvalho pelo sucedido, adiantando que o Sindicato apoiará os jogadores em tudo aquilo que decidam, ou não, fazer.

Em declarações a Bola Branca, Evangelista admite olhar "com muita preocupação" para os acontecimentos desta terça-feira e revela aquilo que encontrou quando falou com os jogadores, após o sucedido.

"Havia jogadores desesperados. Queriam era ir-se embora, desaparecer, não voltar mais, sair deste filme. Este é um filme negro", lamenta. "O sentimento dos jogadores era não treinar mais, não jogar mais, irem-se embora imediatamente. É aceitável. Os jogadores estavam em pânico. Isto está a acontecer e as famílias estão em casa e não sabem o que pensar. Isto é dramático para as famílias, para os filhos, para os próprios. Os jogadores estão no limite psicológico, físico", acrescenta.

Evangelista reconhece que o problema é também "de ordem pública", além de desportiva, e classifica o que se passou de "inaceitável". O presidente do SJ repudia "veementemente estes atos de vandalismo", levados a cabo por "um grupo de criminosos cobarde, de cara tapada" e que rapidamente "tem de ser identificado e severamente punido".

Responsabilidades ao Sporting e a Bruno de Carvalho

"Temos de deixar claro que não foram garantidas as condições de segurança por parte do Sporting", começa por dizer Joaquim Evangelista, num apurar de responsabilidades em que não deixa isenta a direção do clube leonino, muito menos o presidente, Bruno de Carvalho.

O presidente do Sindicato entende que "é estranho" que um grupo de indivíduos entre num centro de treinos sem oposição eficaz e afirma, até, que "era previsível uma coisa destas acontecer", pelo clima "de instabilidade, de confronto" que se tem vivido, no clube, e pelo facto de o Sporting não ter sabido "resolver este problema dentro de portas".

"Foram os jogadores e o treinador a pagar a fatura e isso é inaceitável", declara Evangelista, que "com certeza" responsabiliza diretamente Bruno de Carvalho e ainda deixa um desejo: "Espero que o Sporting faça 'mea culpa' e de uma vez por todas resolva este clima de insegurança".

Sindicato apoiará os jogadores em todas as decisões

Joaquim Evangelista refere que tem "falado com os jogadores" sobre a atitude jurídica adotar e que "eles sabem" qual é a sua posição.

"É público qual é a competência do gabinete jurídico do sindicato. Temos opinião própria, temos excelentes juristas. Aquilo que os jogadores decidirem fazer podem contar com o nosso suporte. Deixo claro o apoio incondicional aos jogadores. Os jogadores diziam que queriam ganhar a Taça de Portugal para dar uma satisfação aos adeptos, que estavam frustrados com a derrota. Depois acontece isto", lamenta.

Quanto a um possível futuro afrontamento com o Sporting, na defesa dos jogadores, Joaquim Evangelista ressalva que, "se o sindicato não afronta e não assume as suas divergências" com os clubes, "sobretudo quando são manifestamente evidentes, então não é um sindicato".

Os jogadores terão apoio total do SJ, promete o presidente: "Do ponto de vista jurídico, estamos preparados para todas as consequências".

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