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Incêndios. “Os olhos são o principal” instrumento

14 mai, 2018 - 11:15 • Liliana Carona

Uma semana depois da entrada em funcionamento da Rede Nacional de Postos de Vigia, a Renascença foi ao terreno. “Estamos sozinhos neste silêncio todo, mas é gratificante”, admite um vigilante.

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Os olhos de Paulo Santos alcançam vistas até às Serras do Caramulo, da Estrela e de S. Macário. A torre de vigia do Monte de Santa Luzia, em Viseu, sensível ao vento, faz tilintar a escadaria em metal.

O som denuncia que alguém está a descer. São muitas escadas até chegar ao final dos 32 metros. Paulo Santos, de 41 anos, acabou o turno de serviço: oito horas.

“É cansativo a nível psicológico, porque estamos sozinhos neste silêncio todo, mas é gratificante porque sentimos que estamos a ajudar a evitar outro flagelo”, afirma à Renascença.

Há uma semana, entrou em funcionamento a Rede Nacional de Postos de Vigia. Até ao dia 6 de novembro, 72 postos com um total de 288 vigilantes vão alertar para a existência de colunas de fumo/fogo e, assim, prevenir os incêndios.

“Os nossos olhos são o principal para distinguir um incêndio de uma queima. Os olhos às vezes enganam, uma fogueira que parecia um incêndio, às vezes não é, mas a maior parte das vezes acertamos, infelizmente”, conta Paulo Santos.

Os olhos são o mais importante, mas há outros instrumentos de trabalho no posto de vigia, mostra o Tenente-coronel Silva Dias, oficial de relações públicas do comando territorial da GNR de Viseu.

“Este posto tem binóculos, uma mesa de ângulos para tirar o azimute onde vê a coluna de fumo e tem um rádio para comunicar com a Equipa de Manutenção e Exploração da Informação Florestal (EMEIF) da GNR, que está sedeada no CDOS [Comando Distrital de Operações de Socorro] e que controla a atividade dos vigilantes”, explica, acrescentando que “este é um dos seis postos da rede primária do distrito de Viseu, que integram os 72 a nível nacional, que iniciaram a sua atividade no dia 7 de maio e estarão em funcionamento até ao dia 6 de novembro”.

Os 288 vigilantes que vão garantir a Rede Nacional de Postos de Vigia são contratados pelo Ministério da Administração Interna no âmbito da prevenção e combate aos incêndios rurais.

Esta rede vai ser reforçada entre 30 de junho e 15 de outubro, quando entrar em funcionamento a rede secundária, totalizando 230 postos de vigia e 920 vigilantes das florestas.

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