11 mai, 2018 - 15:36
O parlamento da Catalunha vai começar a debater este sábado a sucessão de Carles Puigdemont, que esta semana sugeriu o nome de Quim Torra para novo Presidente da comunidade autónoma.
A partir de Berlim, onde continua a aguardar a decisão sobre o pedido de extradição para Espanha, Puigdemont apresentou o nome do independentista para debate no parlamento regional, após o Tribunal Constitucional espanhol ter vetado a sua investidura à distância.
Este é o quarto nome proposto para a sucessão, após o ex-presidente da Generalitat, Jordi Sànchez e Jordi Turull terem sido rejeitados.
Segundo a imprensa espanhola, o processo de investidura só deverá estar concluído na segunda-feira, quando Quim Torra for votado em segunda volta. Isto porque os partidos independentistas 'Juntos pela Catalunha' e Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) não têm a maioria de votos necessária para que seja investido no primeiro turno.
O terceiro partido separatista, a Candidatura de Unidade Popular (CUP), anunciou esta sexta-feira que deverá abster-se na votação, o que retira a maioria absoluta aos independentistas.
Com a nomeação de Torra, os defensores da secessão com Espanha asseguram a nomeação de um apoiante da sua causa e evitam que sejam marcadas eleições cinco meses depois de terem vencido o último plebiscito, em 21 de dezembro de 2017.
Torra é uma das figuras menos conhecidas dos independentistas catalães, embora em 2015 tenha dirigido durante vários meses a poderosa associação cívica separatista Omnium Cultural.
O editor literário, de 55 anos, entrou na política em dezembro passado quando foi eleito deputado regional na lista "Juntos pela Catalunha" de Carles Puigdemont.
Puigdemont fugiu à Justiça espanhola após ter avançado com um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha a 1 de outubro de 2017, uma consulta que Madrid declarou ilegal. Está desde então a aguardar na Alemanha a sua extradição para Espanha, onde é acusado de delitos de rebelião e peculato.
Os partidos separatistas catalães voltaram a ganhar a maioria no parlamento regional em 21 de dezembro último, mas até agora têm tido dificuldade em eleger o próximo presidente da Generalitat, dado o facto de a maioria dos líderes políticos que encabeçam a causa estarem também a ser investigados pela Justiça.