08 mai, 2018 - 06:00 • Susana Madureira Martins
António Costa mantém sobre o caso José Sócrates que é preciso separar “o que é da política daquilo que é a justiça”. O primeiro-ministro e líder do PS esteve, na noite de segunda-feira, numa sessão de esclarecimento sobre a moção que vai levar ao congresso deste mês na Batalha.
Durante o período de perguntas dos militantes o secretário-geral socialista foi questionado sobre o caso que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates, numa sessão que decorreu à porta fechada.
Na sala do Fórum Lisboa estavam algumas dezenas de militantes, mas apenas um deles abordou diretamente o caso Sócrates, após as declarações de António Costa no Canadá e da desfiliação do ex-líder do PS.
Foi, de resto, o primeiro contacto do atual líder socialista com os militantes após estalar a polémica. Questionado sobre o que está a passar-se em torno de Sócrates, o primeiro-ministro e secretário-geral do PS voltou a falar da separação de poderes – “à justiça o que é da justiça, à política o que é da política”.
Mas disse ainda ser contra julgamentos na praça pública e na comunicação social, pois não é próprio de um Estado de Direito. Aproveitou para lembrar os tempos em foi ministro da Justiça e que sempre defendeu estes princípios.
O secretário-geral chegou mesmo a lembrar a herança de socialistas como Almeida Santos e Salgado Zenha na construção do atual edifício judicial, uma justiça com liberdade e com autonomia, mostrando-se contra as fugas de informação e a violação do segredo de justiça, com pessoas na sala a replicarem dizendo que é isso mesmo que está a acontecer.
Antes, numa intervenção à porta aberta e com a presença de jornalistas, António Costa fez questão de dizer que no congresso do PS que vai realizar-se na Batalha aquilo que quer ver debatido é a estratégia do partido para as eleições legislativas e europeias do próximo ano. Ou seja, isso e não outra coisa qualquer, como o caso José Sócrates.