04 mai, 2018 - 15:01
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O antigo secretário de Estado socialista Vítor Ramalho diz que “não percebe” o método do PS para gerir a polémica em torno dos alegados casos de corrupção que envolvem o antigo primeiro-ministro José Sócrates e o seu ministro da Economia, Manuel Pinho.
Em declarações à Renascença, Ramalho, uma das figuras socialistas mais próximas de Mário Soares, acusa o partido de acordar “tarde e a más horas” para o caso e pede ao PS que avalie esta polémica.
“É desejável que o partido, enquanto tal, encontre saídas. Todos os problemas complexos resolvem-se como os simples. É tudo uma questão de método. Ainda não percebi qual é o método do Partido Socialista para resolver este assunto”, disse o secretário de Estado de António Guterres, que lembra que “partir do principio que o que é da justiça é da justiça e o que é da política é da política não é verdade”.
“O Partido Socialista tem de saber resolver esta questão, da mesma forma que os outros partidos têm de resolver as outras questões que têm no seu seio”, apela o socialista, para quem são estes casos que aumentam a desconfiança face aos políticos: “Confunde tudo e dá a sensação às pessoas de que a política é um pântano e isso é inaceitável. O PS tem de resolver essa questão”.
Vítor Ramalho recorda ainda que, com a saída do partido, José Sócrates tem agora “liberdade para tecer considerações sobre o próprio partido ou sobre as pessoas” que o compõem.
“Ele, relativamente ao partido, não tem feito isso. Espero que continue a fazê-lo”, diz o antigo secretário de Estado ouvido pela Renascença.