20 abr, 2018 - 20:18
O ministro da Saúde desvaloriza a demissão de Constantino Sakellarides da coordenação da iniciativa SNS Saúde + Proximidade, dizendo que o respeita e que compreende as razões invocadas pelo professor de Saúde Pública na carta de demissão.
"O professor Constantino Sakellarides é um velho amigo. O que ele disse, eu subscrevo, nós temos uma boa amizade, temos respeito um pelo outro. Há círculos em que o entendimento sobre os problemas pode coincidir e há ciclos em que não coincide", disse Adalberto Campos Fernandes.
O ministro, que falava à margem da Cimeira Mundial da Saúde, em Coimbra, anunciou que na segunda-feira será nomeado um novo responsável, que até aqui integrava a equipa de Sakellarides.
"Como o julgamento político é feito sobre quem decide politicamente, eu compreendo as razões [invocadas por Sakellarides]. Na segunda-feira, já teremos a dirigir o projeto SNS Saúde + Proximidade uma pessoa, aliás da equipa dele", frisou o ministro, que evitou fazer mais comentários.
O professor jubilado da Escola Nacional de Saúde Pública, que liderava há dois anos um processo para modernizar os cuidados assistenciais, saiu por divergências com a governação, mas não quis revelar as razões concretas que motivaram o seu afastamento, invocando apenas "divergências de pensamento".
O ministro aproveitou a passagem por Coimbra para responder às críticas ao funcionamento do setor da saúde, que têm sido feitas pelo novo líder do PSD, Rui Rio.
"Era bom que o presidente do PSD pudesse fazer uma jornada pela positiva pelo país e não apenas que se ocupasse das questões negativas, que naturalmente existem no sistema de saúde, aqui em Portugal e no resto do mundo", disse o ministro.
Adalberto Campos Fernandes voltou a dizer, tal como tinha feito em recente entrevista, que "não é sério aquele que diz que resolve os problemas todos num pequeno espaço de tempo; é sério aquele que reconhece que os problemas existem, mas que procura todos os dias solucioná-los".