Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

António Costa. Salário mínimo vai voltar a aumentar em 2019

19 abr, 2018 - 23:16

No jantar comemorativo dos 45 anos do PS, Costa insiste na tese de que o Governo "demonstrou que é possível sair das políticas de austeridade fazendo uma boa gestão orçamental".

A+ / A-

Veja também:


O secretário-geral do PS considera que o seu Governo derrubou o mito de que a competitividade económica se faz com baixos salários e frisa que o salário mínimo nacional vai voltar a aumentar em 2019.

"A direita dizia que para Portugal recuperar competitividade era preciso baixos salários e fragilização dos direitos laborais. A verdade é que aumentámos o salário mínimo em 2016, em 2017, este ano - e ficam já a saber que voltaremos a aumentá-lo em 2019", declarou António Costa no final do jantar do 45.º aniversário do PS, junto ao Cristo Rei, em Almada.

No seu discurso, o líder socialista considerou que o seu Governo, quando foi formado, em novembro de 2015, "teve de derrubar muros, tabus e mitos instalados" na política portuguesa, o primeiro dos quais de que era impossível um executivo suportado por uma maioria de esquerda.

"Esse muro está hoje derrubado. Dois anos e meio depois a solução é estável, funciona e, sobretudo, cumpriu os compromissos com os portugueses", disse, recebendo palmas da plateia.

António Costa defendeu ainda que o seu Governo, ao fim de dois anos e meio, "demonstrou que é possível sair das políticas de austeridade, fazendo uma boa gestão orçamental" e, por outro lado, "acabou com o complexo do bom aluno" que "está sempre em silêncio" perante a União Europeia.

Neste ponto, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro invocou a tradição "universalista" do partido fundado por Mário Soares na República Federal Alemã em 1973, mas também outros socialistas portugueses que assumem altos cargos internacionais.

"Hoje temos um socialista, português, que é secretário-geral das Nações Unidas [António Guterres]. E temos ainda um português, socialista, que é presidente do Eurogrupo [Mário Centeno]", afirmou.

O secretário-geral socialista definiu ainda o PS como o fator "de equilíbrio" e "diálogo" na sociedade portuguesa, num discurso em que elogiou o acordo sobre descentralização celebrado com o PSD e os avanços sociais alcançados à esquerda.

O líder socialista sustentou que desde que o atual executivo iniciou funções, em novembro de 2015, teve como preocupação central adotar uma combinação de políticas de avanços sociais e de consolidação das finanças públicas.

António Costa procurou sintetizar da seguinte forma qual a linha seguida pelo seu executivo: "Não dar um passo a mais para um lado que desequilibre o outro lado; não estender a mão mais para ali para depois ficarmos com um problema aqui".

"Temos de dar força ao PS, porque é o fator de equilíbrio, de diálogo, de consenso, de mobilização e de unidade do conjunto da sociedade portuguesa", declarou, antes também de deixar um aviso aos militantes socialistas no sentido de evitarem uma atitude triunfalista.

"Precisamos de dar força ao PS porque este campeonato ainda não chegou ao fim. Sabemos bem que ainda temos muito trabalho pela frente", advertiu.

Para justificar a tese de que o PS é fator de equilíbrio, António Costa referiu que ainda na quarta-feira conseguiu "um acordo político que permite ao Governo desbloquear aquilo que apresentou desde a primeira hora como a pedra angular da reforma de Estado, a descentralização".

"Graças ao acordo com o PSD, vamos poder cumprir o nosso compromisso para com os portugueses de reforçar as competências das freguesias e dos municípios. O poder mais próximo das pessoas, é mais transparente, mais controlado e, sobretudo, mais eficiente", considerou o primeiro-ministro.

Antes deste elogio ao acordo celebrado com o PSD, o secretário-geral do PS tinha deixado mensagens em defesa de um paradigma de esquerda ao nível da ação governativa.

"Temos muito orgulho na excelência da nossa gestão orçamental, na trajetória da nossa política económica e, também, nas medidas de reposição do Estado social", afirmou.

Mas, na perspetiva de António Costa, "aquilo que justifica a existência do PS e deste Governo é servir os portugueses e estar com os olhos sempre postos nas pessoas".

"Por isso, temos muito orgulho nas metas do défice e do crescimento, mas tenho muito mais orgulho naquilo que são os números concretos das pessoas", declarou.

Neste ponto, o líder socialista reivindicou que o seu Governo, em dois anos e meio, tirou "80 mil pessoas da pobreza", cerca 130 mil crianças passaram a beneficiar de um abono de família superior e 288 mil portugueses encontraram emprego.

"Mas acrescento que cerca de 2,8 milhões de portugueses viram as suas pensões recuperadas e atualizadas", completou António Costa.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Cidadao
    20 abr, 2018 Portugal 19:55
    Ainda bem que recuperámos os rendimentos de 2009. Senão, como pagavamos a multidão de taxa, taxinhas e impostos indirectos, que a dita geringonça aplicou? Já para não falar do "brutal aumento de impostos" Pafiano, nunca revogado

Destaques V+