19 abr, 2018 - 15:18
Lisboa vai dispor, até ao início de 2019, de três salas de consumo assistido, mais conhecidas como “salas de chuto” - locais onde os toxicodependentes podem consumir drogas.
Trata-se de uma resposta social, na perspectiva do vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, em reação ao estudo de diagnóstico que aponta para a existência de 1.400 toxicodependentes a consumir drogas na rua.
Avenida de Ceuta, Alcântara e Lumiar são os locais definidos para as salas. Além disso, haverá uma carrinha móvel a percorrer a zona Oriental da cidade, entre Marvila, Beato e Olivais.
Ricardo Robles garante um duplo impacto positivo da medida: por um lado, para o universo dos consumidores de drogas, “é uma porta aberta para a cidadania para estas pessoas, do ponto de vista do tratamento, da informação, da prevenção, do rastreio na saúde”. Por outro lado, é positivo “para a própria comunidade, porque os moradores, as comunidades que lidam diariamente com o consumo no espaço público, passam a ver melhorados os seus bairros porque sabem que há um equipamento que dá resposta a isto”.
Os moradores nas zonas onde existe consumo a céu aberto foram ouvidos pela Câmara Municipal e, segundo o vereador dos Direitos Sociais, concordam com a solução encontrada.
“O feedback que temos é que os residentes, os consumidores, as comunidades rejeitam o consumo na rua, o consumo à beira da escola, nos parques infantis ou nos espaços verdes e querem soluções”, diz o autarca à Renascença.
Nas salas de consumo assistido, estão garantidos cuidados de enfermagem, apoio alimentar, serviços de higiene, apoio social e psicológico e rastreio de infeções transmissíveis.
O objetivo é que os toxicodependentes tenham uma porta de acesso à cidadania.