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Ministro da Saúde é contra a legalização da eutanásia

19 abr, 2018 - 00:06 • Eunice Lourenço (Renascença) e David Dinis (Público)

Adalberto Campos Fernandes garante, no entanto, que o SNS estará pronto a aplicar a lei, se assim for decidido.

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Ministro da Saúde. “Os problemas no SNS não estarão resolvidos em 2019”
Ministro da Saúde. “Os problemas no SNS não estarão resolvidos em 2019”

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Adalberto Campos Fernandes é "desfavorável" à legalização da eutanásia, mas o ministro da Saúde promete fazer o que o Parlamento decidir. "O SNS estará pronto", garante.

Ministro garante que respeitará a decisão dos deputados. E também a conclusão do grupo de trabalho que se vai pronunciar sobre a mudança do Infarmed para o Porto.

Está em curso no Parlamento uma discussão sobre a legalização da eutanásia. Queria perguntar-lhe se é favorável.

Bom, eu tenho que distinguir a minha posição pessoal da posição política. Eu, termos políticos, enquanto ministro da Saúde, agirei no Governo de acordo com o que for o resultado da votação parlamentar e da decisão maioritária dos representantes do povo. Outra matéria é a posição da pessoa, em concreto, e essa creio que não é relevante para o debate político, uma vez que eu - enquanto médico e enquanto ministro - tenho que manter o necessário distanciamento em relação a essa questão.

E não podemos saber a sua posição pessoal?

A minha posição pessoal, a quem trabalha comigo e trabalha de perto, sabe que sou desfavorável à legalização da eutanásia, por questões de consciência, por questões individuais e pessoais. Mas não confundo o plano político com o plano de obrigação de ministro, de membro do Governo e, naturalmente, de fazer cumprir uma lei que decorrer da opção soberana da Assembleia da República.

Já leu os projetos do BE e do PS?

Sim.

E que lhe parecem?

Não me queria pronunciar sobre eles, como lhe disse a minha posição enquanto membro do Governo e enquanto ministro é de acompanhar a posição do Parlamento.

Os deputados do PS falaram consigo antes de apresentarem o projeto?

Falamos informalmente. Não tinham de o fazer, é da competência dos parlamentares. Temos relações pessoais, relações políticas, mas o ministro não tem que se meter numa matéria que é da competência do Parlamento. E tem que assegurar a aplicação das leis que o Parlamento entende dever aprovar.

O SNS estará preparado para aplicar uma lei destas?

Terá que estar, como aliás esteve para outras situações. A Procriação Medicamente Assistida, a Interrupção Voluntária da Gravidez. É isso que importa, é esse o papel do ministro da Saúde.

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  • Anónimo
    19 abr, 2018 18:31
    Se é contra, é simples. Que não recorra à eutanásia quando estiver na mesma condição que muitos doentes estão e a quem lhes é negada uma morte digna. João Lopes = spammer.
  • 19 abr, 2018 palmela 12:27
    Afinal para que serve um centro saude? O que todas as localidades precisavam era de um mini hospital para quando estao doentes!
  • João Lopes
    19 abr, 2018 Viseu 09:28
    A defesa da vida, em todas as circunstâncias, é a defesa da humanidade. Os promotores da cultura da morte − aborto e eutanásia − atentam contra a dignidade da pessoa humana: são os "bárbaros" e os "monstros" destes tempos… A eutanásia e o suicídio assistido são diferentes formas de matar. Os médicos e os enfermeiros existem para defender a vida humana e não para matar nem serem cúm-plices do crime de outros...

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