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Este “call center” não é só para jovens

17 abr, 2018 - 19:03 • Liliana Carona

“Quem é mais velho não pode ser deitado fora”, diz um dos responsáveis deste projeto com sede na Covilhã.

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Há três meses abriu na Covilhã um “call center” da Altice, que tem por objetivo central empregar pessoas com mais de 50 anos. Numa zona de forte emigração para França, em que muitos regressaram cedo demais e aqui acabaram por não encontrar trabalho, o Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã SA, lançou o desafio à Altice que aceitou dar resposta a um segmento de população que agora rejubila com a ideia de ter trabalho depois dos 50.

Adelaide Pais fala com uma cliente a milhares de quilómetros, lá em França, onde há uma operadora de telecomunicações com um “call center” com sede na Covilhã. Um “contact center” da Altice gerido pela Randstad, destinado aos clientes franceses de um dos maiores operadores de telecomunicações de França.

Mas este não é um “call center” habitual, por aqui a faixa etária dos funcionários chega aos 60 anos.

Jorge Patrão, presidente do Conselho de Administração (CA) do Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã SA afirma tratar-se de um exemplo social. “Este projeto surgiu das ligações que o Parkurbis tem com a Altice e lançámos-lhe o desafio de criar aqui um ‘call center’ que desse resposta a uma camada frágil vinda de países francófonos, que é a possibilidade de empregar pessoas com idade mais avançada e que estão disseminadas por esta região”, explicou, acrescentando ser um exemplo social para o país, “quem é mais velho não pode ser deitado fora e tem conhecimentos que podem ser valorizados”, considerou.

Adelaide Pais, tem uma filha com 25 anos e um filho com 12. Agradece ter encontrado um trabalho aos 53 anos de idade. “Saltava de POC (Programas Ocupacionais) em POC. Na nossa idade não há muita vastidão de empregos, somos velhos para uma coisa e novos para outras. É uma opção que temos e estou a gostar imenso. Tinha uma cunhada francesa e aprendi com ela a falar o francês”, sublinha.

Os trabalhadores recebem formação e orientação em francês e ainda há vagas disponíveis.

Em média um trabalhador neste “call center”, que funciona entre as 7h e as 21h, ganha 750 euros mensais. Neste momento emprega 60 pessoas mas tem como meta chegar aos 200 empregados.

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