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Se nasceste há 18 anos podes ter acesso gratuito à cultura

16 abr, 2018 - 17:49 • Maria João Costa

O projeto "Éscultura18" foi um dos vencedores do Orçamento Participativo de 2017. Teve sete mil votos e vai beneficiar cerca de 100 mil jovens portugueses.

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Tiago Veloso e João Gonçalo Pereira

Tiago Veloso e João Gonçalo Pereira conheceram-se na faculdade e tiveram uma ideia quando ouviram falar do Orçamento Participativo de Portugal. O resultado dessa ideia, uma das 38 vencedoras da primeira edição, vai beneficiar os jovens portugueses que completam 18 anos ao longo de 2018. Durante 365 dias, até abril de 2019, todos eles poderão ter acesso gratuito a equipamentos e espectáculos culturais.

Com sete mil votos, o projeto que apresentaram foi o mais participado em 2017 e vai beneficiar cerca de 100 mil jovens nascidos no ano 2000. Está atualmente a decorrer, até ao dia 25 de abril, o período de candidaturas ao novo Orçamento Participativo de Portugal.

Através do site “Éscultura 18”, os jovens que chegam à maioridade este ano podem escolher quais os espaços que querem visitar de norte a sul do país ou os espetáculos que querem ver. Para tal, depois de consultarem o site e de verem que equipamentos e espetáculos estão disponíveis, basta apresentarem-se nos locais com o cartão do cidadão a comprovar que completam ou completaram 18 anos em 2018.

“Chegar aos 18 anos não é só para tirar a carta de condução”, lembrou Tiago Veloso na apresentação do projeto, esta segunda-feira, no Museu Nacional de Arte Antiga. O seu companheiro na ideia, João Gonçalo Pereira, confessou por sua vez que ainda hoje não consegue “perceber como aconteceram os milhares de votos” no projeto que criaram em conjunto para ajudar a criar o acesso à cultura, o que definem como “o cimento de uma sociedade”.

Presentes na cerimónia estiveram o secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, e a secretária de Estado adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca. Esta última deixou o desafio a jovens que fazem 18 anos nos próximos meses: “Este é o teu ano, aproveita!”. Já Honrado explicou que os equipamentos culturais que se associaram a esta iniciativa e que vão dar livre acesso são, desde logo, os que pertencem ao Ministério da Cultura e a outros organismos do Estado, alguns equipamentos municipais e instituições privadas como as Fundações Gulbenkian, em Lisboa, e Serralves, no Porto.

Esta rede vai permitir uma “riqueza de oferta”, explicou o secretário de Estado da Cultura. Já o ministro da Cultura sublinhou que, embora o Orçamento Participativo de Portugal não tenha ainda encerrado e esteja ainda disponível para receber mais propostas, “a área da cultura foi onde houve mais ideias”. No evento, Luís Filipe Castro Mendes mostrou-se satisfeito por essas propostas serem culturais, isto porque “o governo quer uma aproximação dos cidadãos à cultura”.

Também presente, a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa explicou que, este ano, o Orçamento Participativo tem 5 milhões de euros à espera de serem aplicados. Maria Manuel Leitão Marques relembrou o exemplo dos orçamentos participativos municipais que serviram de base a este projecto nacional, que já recebeu “mais de 500 ideias” até à data, e sublinhou que, se tivesse 18 anos hoje, iria usufruir do “Éscultura18”.

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