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Síria. Especialistas em armas químicas impedidos de aceder a Douma

16 abr, 2018 - 16:24

Governo de Assad diz-se preparado para "cooperar" com a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), mas cita "questões pendentes de segurança" para impedir entrada dos investigadores no subúrbio de Damasco.

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Representantes do governo da Síria encontraram-se esta segunda-feira com especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) em Damasco, um dia depois de os Estados Unidos, França e o Reino Unido terem bombardeado zonas-chave do país em resposta a um alegado ataque químico contra um subúrbio da capital . O ataque, ocorrido a 7 de abril e que provocou mais de 40 mortos, foi de imediato atribuído pelo Ocidente às forças de Bashar al-Assad.

Em declarações à agência de notícias Sana, o vice-ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Fayssal Mekdad, garantiu que o governo está "preparado para cooperar" com a equipa da OPAQ e para "facilitar o trabalho" dos especialistas que, neste momento, aguardam em Damasco para poder aceder a Douma. Contudo, escusou-se a esclarecer quando é que a equipa poderá avançar para o terreno, a fim de investigar o que aconteceu a 7 de abril.

Citando "questões pendentes de segurança", a Síria e a Rússia continuam a impedir o acesso dos investigadores ao local, o que já levou o Ocidente a reforçar as críitcas ao governo de Bashar al-Assad e ao seu grande aliado. "É essencial o acesso sem restrições [a Douma]. A Rússia e a Síria têm de cooperar", sublinhou esta manhã a delegação britânica da OPAQ na sua conta oficial de Twitter.

Para além de ser o número dois da diplomacia síria, Mekdad dirige a comissão nacional implementada pelo governo Assad para supervisionar a implementação da Convenção de Armas Químicas no país. Damasco continua a rejeitar as acusações de que tem estado a usar armas químicas contra civis em várias zonas do país, embora algumas investigações da OPAQ tenham confirmado no passado o uso de agentes tóxicos banidos.

Em agosto de 2013, dois anos depois do início da sangrenta guerra civil que continua a devastar a Síria, Assad aceitou entregar todas as armas químicas em sua posse após um ataque com gás sarin contra uma comunidade num subúrbio da capital. A maioria dos países ocidentais alega que essa promessa só foi cumprida parcialmente e que o Presidente sírio continua a recorrer a estas armas para atacar bastiões rebeldes.

Este fim-de-semana, em resposta ao ataque de 7 de abril, a administração de Donald Trump decidiu lançar uma série de ataques com mísseis contra alvos do governo sírio, no que classificou com uma resposta "punitiva" ao alegado recurso a armas químicas. França e o Reino Unido também participaram no ataque; a Alemanha, a União Europeia e a NATO deram o seu aval. Em resposta, Moscovo avisou que novos ataques contra a Síria vão provocar o "caos" a nível mundial.

No rescaldo dos bombardeamentos a instalações militares sírias, o segundo ataque ordenado por Trump contra a Síria desde a sua tomada de posse sem consultar o Congresso, a administração norte-americana informou que está a avaliar a possibilidade de impôr novas sanções à Rússia pelo seu contínuo apoio a Assad. Esta segunda-feira, a Casa Branca confirmou que as novas sanções serão anunciadas "muito em breve".

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