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PIB de 0,7%. Governo deve “dar luz verde” a nova meta do défice

12 abr, 2018 - 07:00

O OE prevê um défice orçamental de 1,1% do PIB, que já contabiliza o impacto com as despesas relacionadas com os incêndios do ano passado.

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O Governo deve aprovar esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, o Programa de Estabilidade 2018-2022, devendo rever as metas orçamentais para este ano e os próximos, mas com a oposição do BE, que exige que se mantenham os compromissos assumidos.

Há uma semana, “Eco” e “Jornal de Negócios” divulgaram que, no documento, o Governo queria rever em baixa as metas orçamentais para este ano, fixando, agora, o défice orçamental em 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

A confirmar-se esta meta mais ambiciosa, existe uma diferença de 0,4 pontos percentuais - cerca de 800 milhões de euros - entre o défice que foi definido no Orçamento do Estado de 2018 (OE2018) e que contou com a aprovação do Bloco de Esquerda (BE) e do PCP.

O OE2018 prevê um défice orçamental de 1,1% do PIB, que contabiliza um impacto de 0,1 pontos com as despesas relacionadas com os incêndios do ano passado.

Na segunda-feira, a coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou preocupante que o Governo quisesse alterar as metas orçamentais negociadas com os bloquistas para este ano, apelando para que se mantivessem os compromissos assumidos e o espírito de negociação.

Ao BE – bem como ao PCP - já não tinha caído bem que o défice orçamental de 2017, que ficou nos 0,9% do PIB (sem o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos), tenha ficado cerca de 1.000 milhões de euros abaixo do inicialmente previsto.

Também o deputado do PCP Paulo Sá defendeu que, "ao longo de 2017, tendo o Governo a perceção de que o défice seria inferior ao objetivo estabelecido, poderia ter executado despesa necessária e imprescindível", criticando que o executivo tenha optado por não o fazer.

Mário Centeno explicou, no parlamento e mais recentemente num artigo no “Público”, que essa diferença de 1.000 se deveu, em partes iguais, à menor despesa em juros da dívida e ao crescimento económico do conjunto de 2017, que superou as expectativas.

No mesmo mo texto, o ministro deixa vários avisos: "Fruindo do momento, temos que nos preparar para o futuro"; é necessária margem fiscal e orçamental para "fazer face a futuras crises" e para que "os resultados conquistados não sejam efémeros"; os portugueses "continuarão a cumprir os seus compromissos".

Numa entrevista à Bloomberg divulgada na quinta-feira, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, deu como certa a revisão em baixa da meta o défice para este ano, de 1,1% para 0,7% do PIB.

No Programa de Estabilidade 2017-2021, apresentado há cerca de um ano, o executivo liderado por António Costa estimava que o défice orçamental de 2018 fosse de 1% do PIB e que o de 2019 fosse de 0,3%. A partir daí, o Governo antecipava excedentes orçamentais: de 0,4% em 2020 e de 1,3% e em 2021.

O documento é debatido na Assembleia da República no próximo dia 24 de abril e o CDS já anunciou que vai apresentar, à semelhança de anos anteriores, um projeto de resolução para que o Programa de Estabilidade seja rejeitado. Nos anos anteriores, o PS contou com o apoio dos parceiros parlamentares.

Depois, o documento deve ser remetido para a Comissão Europeia até ao final do mês, assumindo então as novas metas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou que "uma crise política é indesejável", considerando que "a conclusão da legislatura é muito importante para Portugal".

Comentários
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  • Jorge
    12 abr, 2018 Seixal 16:19
    Ó João Lopes, por falares em enganar os portugueses, imagina se lá estivesse a miss Swap com o apoio dos malabaristas do CDS. Sobre a subida da divida publica, antes de vir criticar, é melhor recolheres mais alguma informação.
  • João Lopes
    12 abr, 2018 Viseu 12:34
    O Governo, chefiado por um hábil malabarista e fingidor, silencia a dívida pública que subiu para 246 mil milhões de euros em fevereiro/2018; a carga fiscal é a maior de sempre; abusa das cativações o que origina uma degradação dos serviços públicos em especial na SAÚDE; a produtividade não aumenta; os empregos criados são frágeis e de salários baixos; está centrado no curto prazo…quer manter-se no poder a todo custo, enganando os portugueses e contando com o servilismo dos partidos comunistas BE e PCP!

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