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Exploradora Adjany Costa partilha “aventuras e aprendizagens” na National Geographic Summit

11 abr, 2018 - 09:36

O evento começa hoje em Lisboa e a exploradora angolana esteve na Manhã da Renascença, onde deixou uma mensagem aos jovens.

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Exploradores, jornalistas e ativistas dos quatro cantos do mundo estão esta quarta e quinta-feira em Lisboa para participar na National Geographic Summit. Adjany Costa, diretora em Angola do Projeto Okavango, é uma das oradoras.

O projeto “tem um nome muito longo: é o projeto da National Geographic da vida selvagem do Okavango”, começa por explicar na Renascença.

“Visa estudar a bacia inteira do Okavango [é um dos maiores rios africanos], desde Angola ao Botswana, e ver quais as diferenças, nos três países, que podem ser integrados em planos de gestão melhor”, adianta a exploradora de 28 anos.

Adjany Costa esteve “121 dias, um terço do ano” na savana africana. As aventuras foram muitas, bem como “os momentos de aprendizagem e alguns de solidão”.

“Existem histórias praticamente com todos os animais que existem na savana”, diz, mas os hipopótamos são os maiores protagonistas. “São animais extremamente rabugentos e temos de lidar com eles todos os dias”, diz com humor, referindo que estes animais “são considerados os mais perigosos da savana”.

A viagem levou Adjany Costa ao mais profundo de Angola. A comunidades que não tinham um visitante há quase 40 anos – “portanto, havia gerações completas que nunca tinham visto uma visita nas suas comunidades”.

“Foi muito emocionante chegar ali e ver a emoção das pessoas, de perceberem que não foram esquecidas, que alguém se lembrou”, conta na Manhã da Renascença, adiantando que estas população vivem “sem nada”.

“Não têm escolas nem acesso à saúde. Vivem da agricultura, de mel e da caça”, explica.

A exploradora africana diz que ser mulher e falar português ajudou n contacto com estas populações e considera que, na sociedade angolana, ainda vigora muito uma visão machista, em que a opinião do homem se sobrepõe à da mulher, o que leva as mulheres a não aproveitarem as oportunidades que surgem porque ficam a pensar na opinião dos maridos, dos filhos e de outros membros masculinos da família.

Adjany Costa diz-se apaixonada pelo que faz e, com toda a experiência que já adquiriu, não tem dúvida em afirmar que uma das coisas mais importantes na vida é fazer o que se gosta.

“Venho de uma sociedade em que fazer o que se gosta é extremamente raro. As pessoas normalmente têm uma mente mais voltada para os salários. Acho que a mensagem principal [ que posso deixar aos jovens] é seguir aquilo que a pessoa sabe que gosta, por que é apaixonada”. Desse modo, “todos os obstáculos que surgirem no caminho conseguem-se ultrapassar”, garante. E “isso é com tudo. Com ou sem tecnologia”.

Da mulher que fugiu do regime norte-coreano ao homem que fotografou do espaço

A National Geographic Summit vai decorrer no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, com a marca da célebre revista de viagens e exploração fundada há 130 anos. O mundo era muito diferente na altura – ou talvez não, porque muito continua por descobrir no planeta Terra e não só...

É isso que cinco oradores internacionais deverão transmitir nas suas palestras. Entre eles está o astronauta norte-americano Terry Virts, que tornou célebre uma foto de Portugal a partir o espaço. Vem falar numa conferência intitulada “View from Above: The Wonders and Hopes of Space” (“Visto de cima: As maravilhas e as esperanças do Espaço”).

Vinda do Leste Asiático chega Hyeonseo Lee, refugiada da Coreia do Norte que vem falar sobre os desafios colocados aos humanos nos dias de hoje (“Human Challenges of Our Time”). A história desta ativista balanceia entre a sobrevivência de fugir a um dos regimes mais rigorosos do mundo e a força de lutar por um novo futuro.

Adjany Costa fala à tarde, às 15h30, sobre o seu projeto no Okavango.

Na lista de oradores está ainda a portuguesa Mariana van Zeller, jornalista premiada e correspondente da série Explorer da National Geographic’s. Vai falar do tema “The Joys and Perils of Revealing Meaningful Stories” (“As alegrias e perigos de revelar histórias significativas”).

Em 2017, o National Geographic Summit trouxe a Portugal a antropóloga Jane Goodall, o fotógrafo Jodi Cobb e Tristram Stuart, que ganhou o prémio ambiental “Sophie Prize”, em 2011.

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