10 abr, 2018 - 15:20 • Rosário Silva
Beja é um dos distritos de Portugal com maior densidade populacional da comunidade cigana e por estes dias acolhe, pela primeira vez, o “Festival Diálogo - Diálogos Interculturais de Beja”.
“Utilizando as artes e a cultura como ferramenta e metodologia, queremos promover a integração das várias comunidades promovendo o diálogo intercultural”, explica à Renascença, Luis Miguel Rodrigues, animador sociocultural e um dos promotores do evento através da cooperativa cultural Glocalmusic.
Até dia 14, em vários pontos da capital do baixo Alentejo, há conferências/debate, exposições, workshops, cinema, uma feira do livro usado, outra de produtos da região, gastronomia e muitas outras atividades sobre interculturalidade, para miúdos e graúdos.
Ainda no inicio, o evento já está a recolher uma grande recetividade, “com muita mobilização para a participação como vimos da visita ao Bairro das Pedreiras” e a abertura ao “conhecimento mutuo”, admite Luis Miguel Rodrigues.
Esta semana de programação intercultural, culmina com o “Dia D” de “Diálogo”, na praça da República, em Beja, no próximo sábado, dia 14. Vão estar representadas as diversas comunidades, com espetáculos de musica e dança que “vão desde o cante alentejano, musica de raiz tradicional do baixo Alentejo, musica e dança cigana e musica e dança das comunidades imigrantes” existentes no concelho.
“Pensamos que é um evento muito positivo, pode deixar marcas e queremos que tenha continuidade”, sublinha este profissional habilitado a promover o desenvolvimento sociocultural de grupos e comunidades.
“A arte como forma de intervenção comunitária” é a aposta da Glocalmusic que surge na organização deste festival agregada a muitos outros parceiros, nomeadamente a Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN – Núcleo de Beja), a Associação de Mediadores Ciganos de Portugal e outras entidades locais, num projeto apoiado pelo Alto Comissariado para as Migrações, no âmbito do Fundo de Apoio à estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (FAPE 2018).
À Renascença, Luis Miguel Rodrigues diz, ainda, ter “grandes expectativas” sobre a participação nas diferentes iniciativas, esperando que o projeto se multiplique, “neste caso através da cultura e das artes”, contribuindo para a resolução de “muitos problemas como a habitação, a saúde ou a educação”.
“Que este festival seja um ponto de partida, mais uma acha, para a resolução destas questões”, sugere o animador.