Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Porque é que devemos gostar da Europa como de futebol, Martin Schulz explica

08 abr, 2018 - 21:11 • Maria João Costa

O jogo Vitória de Setúbal-Benfica serviu de exemplo ao ex-presidente do Parlamento Europeu para explicar na Conferência Ulisses em Lisboa, porque devemos defender a União Europeia.

A+ / A-

Arrancou o aplauso do público do Centro Cultural de Belém. Martin Schulz afirmou em Lisboa que os valores europeus deveriam ser defendidos com o mesmo entusiasmo que viu nos adeptos benfiquistas depois do jogo com o Vitória de Setúbal

O antigo presidente do Parlamento Europeu foi um dos participantes da Conferência Ulisses que decorreu este fim-de-semana no CCB. Num painel com o tema “Democracia Europeia: uma ideia cujo tempo chegou?" onde participaram também o presidente do Euro grupo Mário Centeno, o professor universitário Jan-Werner Müller e o ex-eurodeputado Rui Tavares, Schulz relatou a experiência “excecional” de teve ontem ao ser convidado para assistir ao frente-a-frente entre o Vitória de Setúbal e o Benfica.

A partida acabou com a vitória encarnada por 2-1. O que mais surpreendeu o presidente do Parlamento Europeu foi a “identificação dos adeptos com a vitória do Benfica”. “Aquilo está-lhes no coração” descreve Schulz que interpelou o auditório do CCB com a pergunta: “Quando é que vamos convencer os europeus a defenderem os nossos valores com o mesmo entusiasmo?”

Martin Schulz que defendeu a “abolição da falta de democracia” na Europa falou dos valores que considera diferenciadores. E que valores são esses? “Respeito mútuo de todas as pessoas independentemente da sua cor ou religião; a garantia de direitos individuais; a abolição da pena de morte” explica Schulz que acrescenta: “Esta é a diferença entre os Estados membros da União Europeia e os estados dos Estados Unidos! Nenhum presidente norte-americano pode decidir que o Texas não vai executar uma pessoa. Nenhum Estado da União europeia tem pena de morte, porque entrar para a União Europeia pressupõe abolir a pena de morte, a tortura, dar garantia de direitos individuais. Há uma base de respeito de cada um, uma garantia de liberdade de expressão, o direito a ser defendido, a presunção de inocência”.

Valores que nas palavras de Martin Schulz são “a herança comum europeia” que subsiste acima das diferentes “línguas, culturas e História”. Este legado comum segundo o político alemão, antigo presidente do Parlamento Europeu, “é o melhor instrumento contra os autoritarismos”.

Sobre a questão da moeda única, Martin Schulz afirmou: “As pessoas gostam de dinheiro, sobretudo se tiverem mais e mais, mas não amam uma moeda, ninguém ama o euro!” Por isso, para o ex-presidente do Parlamento Europeu “a questão chave é voltar a mobilizar as pessoas em torno da ideia de Europa”, que envolve democracia, respeito mútuo e direitos e liberdades individuais, sem discriminações.

“Temos de discutir ideias, conteúdos… ninguém ama instituições. Temos de focar nas coisas que temos em comum em vez de insistirmos nas diferenças”, defendeu Schulz que no CCB arrancou o aplauso depois de dizer que “a questão essencial é quando é que todos os cidadãos da União Europeia e todas as pessoas aqui no CCB vão interrogar os seus vizinhos sobre porque não são entusiastas da Europa como nós? A Europa é o melhor que podemos defender!”

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Para R/Renasc.
    09 abr, 2018 Camb--Noj---- 11:43
    Por isso é que já não se vê comentários muitas vezes. Vocês só publicam o que é de acordo com o que gostam, ou dos vossos interesses. Sinto nojo de vocês!
  • António Costa
    09 abr, 2018 Cacém 01:56
    Pois é Sr. Martin Schulz, o problema é que esses tais "Valores" ou essa “ herança comum europeia que subsiste acima das diferentes línguas, culturas e História” não são "Princípios", são Consequências! Consequências e esse é que tem sido o problema! Os gauleses "queimavam pessoas", os cartagineses o mesmo! Na repressão à revolta de Spartacus milhares de prisioneiros foram mortos e deixados em exposição nas vias romanas! E ninguém se chocava com isso! Nunca vi nenhum professor na escola, referir as perseguições, que no tempo dos gregos, as pessoas eram sujeitas por "ofender os Deuses"! O Principio de "não matarás" ou "todos são iguais perante Deus" ou "A Deus o que é de Deus e a César o que é de César" não é Universal! Só existe na nossa Cultura "europeia recente", e não tem nada de Universal! É por isso que as pessoas atravessam desertos, mares e passam por incríveis provações! Para vir ter com povos que tem VERGONHA de se assumir como cristãos! Porque os europeus tem vergonha da sociedade dos valores cristãos que criaram a Europa, como ela é nos dias de hoje!

Destaques V+