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“Benfeitor de Fátima” apoia bombeiros

07 abr, 2018 - 00:17 • Teresa Paula Costa

António Catarino Pereira tem 86 anos.

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António Catarino Pereira nasceu em Fátima há 86 anos, mas o seu objetivo de tirar o curso de engenharia levou-o primeiro a Coimbra e depois ao Porto. Em Lisboa acabou por fixar residência pois ali encontrou trabalho na então Direção Geral de Urbanismo, mas, Fátima nunca o deixou sozinho.

Em entrevista à Renascença, recordou que, naquele tempo, “em Fátima, tudo tinha de passar por Lisboa para ser aprovado na Urbanização, nem que fosse uma casa de banho.” Como era funcionário da Direção, em Lisboa, “as pessoas lá encontraram forma de contornar as dificuldades e vinham todas ter comigo.” Isso obrigava-o a vir aos fins de semana a Fátima. “Vinha ajudar a minha mãe na loja”, lembrou o fatimense, que “tomava conta da clientela que fazia fila à porta, de tal maneira que fizeram queixa ao meu chefe lá em Lisboa, que em Fátima ninguém conseguia fazer nada que não fosse projetado por mim”.

E, embora já esteja aposentado, ainda hoje continua a contribuir para o desenvolvimento da cidade. Há alguns anos ofereceu uma ambulância aos bombeiros voluntários de Fátima (a primeira ambulância que a corporação teve), e, este ano perguntou à direção se estaria interessada no terreno em frente ao Quartel. A resposta foi “sim, a gente pode vender aquilo e fazer um hotel e comprar outra ambulância.” Seguiu-se a doação do terreno. Mas António Catarino Pereira não se ficou por aqui. Decidiu oferecer outro terreno à Junta de Freguesia de Fátima. Este fica situado na Lomba d’Égua, onde nasceu, e vai servir, segundo o acordo feito com o Presidente da Junta, para a construção do Centro Cultural de Fátima.

Por isso é conhecido como “o benfeitor de Fátima.” E, será que foram as aparições a incentivar o seu espírito altruísta? “É por fé que dou porque eu tenho fé que as pessoas são todas boas e que todas vão fazer bem,” reconhece o benfeitor, salientando, com satisfação, que “aquilo que dei até agora foi bem utilizado ou vai ser.”

Das aparições recorda o que a mãe, colega de Lúcia, e participante nas aparições, lhe dizia: “Eu estava lá em outubro quando choveu, estava ao pé da Lúcia e as pessoas tentavam juntar-se muito perto dela para pedirem favores para a família, saúde, e a Lúcia disse assim: ‘fechem os chapéus que vem lá Nossa Senhora.’ E eu vi umas flores inclinadas a irem direito à azinheira e vi a rotação do sol.”

Uma descrição que António Catarino Pereira não esquece e que enriquece as memórias que tem de Fátima, onde ainda regressa frequentemente, apesar dos seus 86 anos de idade.

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