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“Todos sabemos que o Luís vai longe"

05 abr, 2018 - 00:49 • Paula Caeiro Varela

Jantar de despedida de Luís Montenegro do Parlamento juntou apoiantes de Rio e de Passos em elogios ao ex-líder parlamentar que ambiciona ser líder do partido.

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Boa parte da anterior direção do PSD, Passos Coelho incluído, e uma parte da nova, ex-ministros e até o presidente da Caixa Geral de Depósitos, juntaram-se esta quarta-feira à noite numa espécie de jantar de homenagem a Luís Montenegro, o antigo líder parlamentar do partido que deixa o Parlamento no dia 16. Uma saída anunciada no Congresso social-democrata de fevereiro passado, no mesmo discurso em que Montenegro se posicionou como eventual candidato a uma sucessão do recém-eleito líder, Rui Rio.

Um discurso elogiado pelo ex-ministro e ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes, a quem coube um dos discursos da noite. Marques Mendes, segundo relatos feitos à Renascença, elogiou as “grandes qualidades políticas” de Montenegro e a “coragem” do seu discurso no congresso de consagração de Rui Rio. Mendes, que estava na mesa de honra do jantar, também elogiou a coragem de Passos Coelho nos quatro anos de governação, a que também correspondem os anos de liderança parlamentar de Luís Montenegro.

O jantar foi promovido por um grupo de “amigos” de Montenegro e decorreu num restaurante de Lisboa (o mesmo onde antigo presidente da bancada social-democrata sempre promoveu os seus jantares). Na mesa de honra, além do homenageado e da sua família, sentaram-se Passos Coelho, o novo secretário-geral do PSD, José Silvano, o deputado José Matos Correia e o atual líder parlamentar, Fernando Negrão.

Foi, aliás, Negrão quem fez o primeiro discurso que marcou o tom do que aí vinha. “Todos sabemos que o Luís vai longe”, disse o atual presidente do grupo parlamentar do PSD, que, apesar de ter apoiado Santana Lopes nas diretas de janeiro, foi escolhido por Rui Rio para suceder a Hugo Soares, que tinha sucedido a Montenegro.

Noutra mesa sentaram-se os ex-ministros Aguiar Branco, Miguel Relvas, Marques Guedes e Paulo Macedo, atual presidente da Caixa Geral de Depósitos. E também os antigos vice-presidentes do PSD Marco António Costa, Teresa Morais e Teresa Leal Coelho. Rui Rio e Santana Lopes foram convidados, mas não compareceram. Contudo, estava um dos seus vice-presidentes, Castro Almeida, além do líder parlamentar, do secretário-geral e do secretário-geral adjunto Bruno Coimbra.

Antes de Marques Mendes, falou Couto dos Santos que disse esperar que esta saída de Montenegro do Parlamento seja um “curto interregno” da política. “Precisamos de ti ao serviço da política”, disse o ex-ministro da Educação.

Seguiu-se Passos Coelho, que falou do “talento” de Luís Montenegro, lamentando que não esteja a ser usado em “plenas funções”.

Por fim, o homenageado, que salientou ser a primeira vez que renuncia a um mandato, o que foi entendido por alguns dos presentes como uma manifestação de pena e até algum arrependimento pela decisão anunciada no congresso. Mas Montenegro reafirmou aquilo que também disse em fevereiro: que se quer preparar para o que o futuro possa proporcionar. E o futuro, disse segundo um dos relatos feitos à Renascença, terá por base um currículo que considera ter construído e que lhe permite dizer que um dia os representará a todos.

De acordo com outro relato, Montenegro disse que reconhece ter criado a perceção de que um dia poderia representar todos os presentes, mas que isso “tanto pode acontecer como não”. E que o jantar servia para agradecer a todos “independentemente do que vier a acontecer”.

Comentários
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  • fanã
    05 abr, 2018 aveiro 19:05
    Não faz mal , continua a vender peixe no canal televisivo , como muitos outros politiqueiros , e bem pagos !

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