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Frente Comum diz que descongelamento de carreiras foi pensado com "má-fé"

04 abr, 2018 - 20:42

Ana Avoila falou aos jornalistas após uma reunião com a secretária de Estado da Administração e Emprego Público.

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A Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública diz que o sistema de descongelamento de carreiras foi pensado de "má-fé", devido ao excesso de burocracia que lhe está associado.

"O sistema está de tal forma burocrático e tem tantos requisitos que nós começamos a sentir-nos enganados porque foi feito de má-fé, no sentido de poupar dinheiro e arrastar processo", disse a dirigente da Frente Comum, Ana Avoila, que falava aos jornalistas após uma reunião com a secretária de Estado da Administração e Emprego Público, Maria de Fátima Fonseca, no Ministério das Finanças.

Relativamente ao novo balanço do descongelamento de carreiras da administração central, a sindicalista disse que é provável que "se chegue ao fim da legislatura" sem o processo estar completo.

"A execução orçamental prevê que se aplique o descongelamento nalgumas situações, mas vai deixar milhares de trabalhadores de fora. Saímos daqui [Ministério das Finanças] a zeros", criticou.

Em causa está o novo balanço do Governo, que aponta para cerca de 88 mil trabalhadores da administração central que viram as suas carreiras descongeladas até março.

Conforme indica, em comunicado, o Ministério das Finanças prevê-se ainda que em abril, seja reconhecida a valorização remuneratória para menos 10.000 trabalhadores.

Aos números do primeiro trimestre acrescem ainda cerca de 2.500 promoções que também foram descongeladas.

Já hoje, a Federação de Sindicatos de Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (FESAP) considerou "insuficiente" os novos dados relativos ao descongelamento de carreiras.

"Fomos informados que cerca de 88 mil trabalhadores estariam já com as carreiras descongeladas, receberam a primeira parte dos 25%. (...). Dissemos ao Governo que este número era manifestamente insuficiente, já que as pessoas ganharam o direito à progressão a 1 de janeiro", disse o dirigente da FESAP, José Abraão.

Por sua vez, O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado e Entidades com Fins Públicos (STE) disse que a maior parte das pessoas não sentiu o descongelamento das carreiras.

"Aquilo que nos chega ao sindicato é que a maior parte das pessoas não sentiu o descongelamento das carreiras. Alguns desceram de remuneração, por via de terem passado para outro escalão de IRS e para outros o descongelamento resulta, no final do mês, em três euros. Os números são o que são", disse a presidente do STE, Maria Helena Rodrigues.

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