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Guterres pede "investigação independente e transparente" a incidentes em Gaza

31 mar, 2018 - 12:22

Os confrontos entre manifestantes palestinianos e exército israelita já provocaram 16 mortos e milhares de feridos.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, está “profundamente preocupado” com os confrontos na Faixa de Gaza e pediu “uma investigação independente e transparente a estes incidentes.” O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se de urgência para debater violência em Gaza a pedido do Kuwait.

Segundo uma nota do seu porta-voz, divulgada na página oficial da ONU, Guterres pede ainda “a todos os envolvidos que se abstenham de qualquer ato que possa causar mais vitimas, em particular quaisquer medidas que possam colocar civis em risco.”
O líder da ONU acredita que “esta tragédia sublinha a necessidade de revitalizar o processo de paz, com o objetivo de criar condições para um regresso das negociações que vão permitir que palestinos e israelitas vivam lado a lado em paz e segurança.”
Na mesma nota, António Guterres volta a afirmar que “a ONU está pronta para ajudar estes esforços.”
O Conselho de Segurança da ONU realizou esta noite uma reunião de emergência sobre o tema, pedida pelo Kuwait, durante o qual o secretário-geral assistente de Assuntos Políticos,Tayé-Brook Zerihoun, avisou que “a situação pode se deteriorar nos próximos dias.”
Zerihoun disse ainda que “Israel deve cumprir as suas responsabilidades segundo a lei internacional humanitária e de direitos humanos” e que “a força letal deve apenas ser usada como último recurso.”
A luta entre milhares de palestinianos na fronteira e os soldados israelitas degenerou na sexta-feira em confrontos com consequências das mais gravosas dos últimos anos.
Dezenas de milhares de palestinianos, incluindo mulheres e crianças, convergiram para a barreira fronteiriça que separa a Faixa de Gaza de Israel, no âmbito da “grande marcha de regresso”, e envolveram-se em confrontos com os soldados israelitas.
16 mortos em Gaza. Confrontos podem piorar, teme ONU
16 mortos em Gaza. Confrontos podem piorar, teme ONU

O movimento de protesto, organizado pelo Hamas (movimento fundamentalista islâmico da Palestina) deve durar seis semanas e destina-se a exigir o “direito de retorno” dos refugiados palestinianos e denunciar o estrito bloqueio de Gaza.

O saldo de 15 mortos torna o dia de sexta-feira o mais sangrento em Gaza desde a guerra de 2014 entre Israel e o Hamas. Os confrontos ao longo da vedação provocaram pelo menos 750 feridos, disse o Ministério da Saúde da Palestina, citado pela Agência Associated Press. O número de feridos foi, entretanto, revisto em alta, para 1.500.
Milhares de pessoas, cerca de 17 mil segundo algumas agências internacionais e 30.000 segundo outras, concentraram-se junto de vários pontos da fronteira de Gaza com Israel. O movimento radical palestiniano controla a faixa de Gaza, enclave palestiniano sob bloqueio israelita e egípcio, desde 2007.

As forças israelitas, que também destacaram blindados para a zona fronteiriça, utilizaram munições reais contra os manifestantes que tentavam ultrapassar as barreiras de segurança.

O exército israelita afirmou que utilizou balas reais depois de os manifestantes palestinianos, situados junto à zona fronteiriça, terem lançado pedras e bombas incendiárias em direção aos soldados israelitas.
O exército informou também que atacou três posições do Hamas, com tanques e aviões, na sequência dos ataques contra a fronteira, que incluíram disparos do lado palestiniano por parte de duas pessoas, que foram mortas.
Uma porta-voz do Exército israelita, citado pela agência Efe, disse que os suspeitos “se aproximaram da cerca de segurança e dispararam contra as tropas do Exército” e que, como resposta, os soldados dispararam “contra os terroristas” e também contra “três posições perto do Hamas”.

Israel não reportou vítimas nem danos materiais.

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