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Martins da Cruz admite que EUA prejudiquem Base das Lajes

30 mar, 2018 - 00:50 • Ana Rodrigues

Embaixador considera que essa pode ser a resposta norte-americana ao facto de Portugal não ter expulsado diplomatas russos após o caso Skripal.

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Embaixador Martins da Cruz sobre o caso Skripal - 29/03/2018

Cronologia interativa: O que sabemos sobre o caso Skripal


O futuro da base das Lajes pode ser prejudicado pela posição do Governo português no caso da crise diplomática após o alegado envenenamento de um ex-espião russo, no Reino Unido. A tese é do embaixador Martins da Cruz.

Em entrevista à Renascença, o diplomata entende que Washington pode “retaliar” em futuras negociações com Portugal.

“Quando Portugal daqui a uns meses for falar com os Estados Unidos e quiser falar da manutenção dos Estados Unidos na base das Lajes, nos Açores, arriscamos a que os Estados Unidos nos digam: ‘Desculpem, naquela crise com a Rússia a Espanha esteve ao nosso lado e Portugal não. Então preferimos as bases no sul de Espanha à base das Lajes nos Açores’. É um exemplo do que pode acontecer nas globalizações que se fazem na diplomacia”, referiu.

A Rússia anunciou, esta quinta-feira, a expulsão de 60 diplomatas dos Estados Unidos, depois de os norte-americanos terem feito o mesmo a diplomatas russos.

Na reação, o Departamento de Estado norte-americano refere que não há qualquer justificação para a reação russa. Através de uma porta-voz acrescente ainda que Moscovo está a isolar-se ainda mais.

Já António Guterres refere que a tensão entre Estados Unidos e Rússia começa a assemelhar-se à Guerra Fria.

O ex-espião russo Sergei Skripal, que desertou para o Reino Unido na década de 90, continua em estado crítico, mas estável, depois de alegadamente ter sido envenenado pela Rússia.

Londres diz que a Rússia esteve por detrás do ataque, que desencadeou uma guerra diplomática entre os dois países, que se espalhou, com dezenas de países a expulsar diplomatas russos em solidariedade com o Reino Unido. Já Moscovo nega qualquer envolvimento e pede ao Reino Unido que apresente provas de que não foram os seus próprios serviços secretos a envenenar Skripal.

Comentários
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  • MASQUEGRACINHA
    30 mar, 2018 TERRADOMEIO 17:03
    Ó Senhor Embaixador, pois se tiver razão no que diz, isso é que era uma coisa catita! Então, mas a presença americana na Base das Lajes já não é residual - e isto incluindo os resíduos propriamente ditos que por lá deixaram? Se os americanos não tivessem interesse nas Lajes não precisavam de desculpas para descartar o peso-morto, nem isso lhes passaria pela cabeça com uma inexistência como Portugal. O que eles querem, isso sim, é manter o pé enfiado na porta das Lajes, para a ter entreaberta sem custos, não vá o diabo tecê-las, mas sobretudo para evitarem a ocupação por outros - como se o território fosse deles, ou compensassem justamente o seu uso. Penso que até acham que, justo, justo, seria Portugal pagar-lhes a eles, pela "proteção" inerente à sua simples presença... Faz lembrar aqueles tipos que largam a família e nem pagam a pensão de alimentos aos filhos, mas querem continuar a mandar na mulher e a ter o respeitinho da prole. Já o governo português, ou sofre de algum síndroma de violência doméstica que o põe paralítico de medo, ou é movido por algum daqueles altos interesses que escapa ao comum dos mortais que sustenta o esquema em altura. Portanto, e uma vez que não se pode estar bem com gregos e com troianos, se é por causa das Lajes, boa viagem que já tarda. Pelo menos, esclarecia-se de vez o assunto. Mas ná, não temos essa sorte.
  • Marcos
    30 mar, 2018 Lisboa 10:06
    Neste caso quem podia retaliar seria o Reino Unido e não os Estados Unidos............. lá porque os outros fazem não quer dizer que temos que fazer, certo? Essa da solidariadade entre países tem muito que se lhe diga, duvido que se em vez do Reino Unido fosse em Portugal houvesse tanta pseudo-solidariedade
  • Profetas desgraça
    30 mar, 2018 Lisboa 09:04
    Outro inutil que sofre de incontinência verbal l. Outro bruxo vidente direitralho. Mesmo que venha a ter razão mandava o bom senso que estivesse calado e não viesse para a praça publica criar receios que até ao momento são infundados. Toda esta cambada tem uma necessidade de protagonismo que os leva a fazer as mais descabidas professias sempre criadoras de recios injustificados. Enfim é o que temos, autêntico refugo a quem os jornaleiros dão demasiado protagonismo. A Merkel correu com os diplomatas mas ao mesmo tempo assinou acordos de gaz com os Russos. Se este diplomatazinho não percebe isto o que é quele percebe?
  • iFernando
    30 mar, 2018 Porto 04:44
    Rica imaginação! Entretanto os Ingleses já agradeceram a solidariedade demonstrada por Portugal.

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