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Confirmado caso de sarampo em Lisboa

28 mar, 2018 - 08:03

O homem, de 39 anos, está internado no Hospital de Santa Maria. Esta confirmação fez subir para 71 o número de casos confirmados.

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Pela primeira vez há um caso confirmado de sarampo na zona de Lisboa. O homem está internado no Hospital de Santa Maria, segundo avançou à Renascença o delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval.

O mesmo responsável revelou que o paciente "não deve ter sido contagiado na zona sul, porque veio do Porto, após uma viagem ao Ruanda". A ligação epidemiológica aos casos do Porto está em estudo.

O delegado lembra que "há uma grande imunização na região contra a doença, exceto numa franja da população entre os 40 e os 50 anos onde há pessoas que não foram vacinadas e que podem ser contagiadas".

A Diretora-Geral da Saúde, Graça Feitas, confirmou à Renascença que o paciente de 39 anos "está estável", estando internado porque "tem também outra patologia para a qual faz tratamento".

O homem tem "ligações laborais ao norte do país" e viajou também a trabalho para o Ruanda, ou seja, tem duas possíveis a ligações a dois focos diferentes da doença. Neste momento, está a ser feita uma investigação para reconstituir o percurso do doente e encontrar todas as pessoas com quem esteve em contacto. "Até este momento, já foram contactadas centenas de pessoas", assegura Graça Freitas.

"Os casos de sarampo que existem de sarampo em Portugal ou aparecem a partir de importação - vírus que vêm de outros países - ou partir de cadeias de transmissão já secundárias ou terciárias, como se passa na região norte", explica.

A Diretora-Geral da Saúde adiantou também que o doente "está vacinado, fez uma dose da vacina", o que quer dizer que o "estado vacinal do doente significa que não transmite a doença tão facilmente".

O que precisa de saber sobre o sarampo
O que precisa de saber sobre o sarampo

Esta confirmação fez subir para 71 o número de casos confirmados de sarampo em Portugal, embora o surto esteja a estabilizar.

O doente está em isolamento no Hospital de Santa Maria, explicou Mário Durval, que salienta que o hospital está a seguir as regras de contenção de doenças infecciosas.

O delegado de saúde tranquiliza quem precise de recorrer ao Santa Maria: "O doente está em quarto isolado e não anda a deambular pelos corredores", por isso, "os utentes não precisam de tomar nenhuma medida extra".

A Diretora-Geral da Saúde Graça Freitas reforçou a mensagem de "tranquilidade total" aos utentes: "já foi revisto o estado vacinal dos profissionais de saúde que estiveram em contacto com o doente" e, para quem precisar de ir ao Santa Maria assegura que "será um dia normal, como qualquer outro".

Entre 11 de fevereiro e 21 de março, registaram-se 70 casos confirmados de sarampo, 69 no norte e uma em Pombal. A maioria das situações reportadas neste período têm ligação ao Hospital de Santo António, no Porto.

O número de casos negativos é de 163 e a Direcção-Geral da Saúde (DGS) está ainda a investigar 34 casos suspeitos.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infeciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra. Os doentes são considerados contagiosos desde 4 dias antes até 4 dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

O atual surto de sarampo em Portugal atingiu mais do dobro das pessoas do que os dois surtos de 2017 e fez com que, num ano, se registasse uma centena de casos num país considerado zona livre da doença.

Entre 2017 e 2018 Portugal quintuplicou o número de casos de sarampo que tinha registado em quase dez anos. Entre 2006 e 2014 houve apenas 19 casos da doença, quase todos importados.

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