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Tribunal britânico condena professor a prisão perpétua por aliciar crianças para atos terroristas

27 mar, 2018 - 23:44

As crianças mais novas tinham 11 anos, a ideia era criar uma milícia.

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Um tribunal britânico condenou esta terça-feira a prisão perpétua, com um mínimo de 25 anos, um professor de religião islâmica que tentou formar um grupo de crianças para cometer atentados terroristas em Londres.

Umar Haque, de 25 anos, começou a instruir 16 crianças, o mais novo com 11 anos, para formar uma "milícia" capaz de atacar no futuro com armas de fogo e artefactos explosivos alvos na capital britânica.

O juiz Charles Haddon-Cave, do tribunal criminal de Old Bailey, afirma na sua sentença que Umar Haque organizou jogos e treinos destinados a instruir crianças como terroristas.

Haque, que ensinava religião islâmica, apesar de não ter um diploma de professor, captou o grupo de crianças numa mesquita no bairro de Barking, a leste de Londres, onde tinham explicações depois das aulas pagas pelos seus pais.

A sentença refere que as crianças ficaram "traumatizadas" pelos cruéis vídeos de propaganda do grupo jihadista Estado Islâmico que Umar Haque lhes mostrava.

O condenado "é um mentiroso perigoso. É inteligente, eloquente e persuasivo, com um sorriso fácil. É narcisista e desfruta claramente do poder que exerce sobre os outros", descreve a sentença, citada pela agência espanhola Efe.

O juiz considerou que os planos do professor de atacar alvos como o Big Ben e o centro comercial Westfield, o maior da Europa, constituíam uma ameaça "muito real".

O comissário da unidade antiterrorista da polícia britânica Dean Haydon disse, por sua vez, à imprensa que Haque é um "homem perigoso".

"Quando agentes especialmente treinados entrevistaram as crianças, elas descreveram como Haque lhes mostrou vídeos terríveis de violência terrorista extrema, incluindo execuções", explicou Haydon.

"As crianças ficaram paralisadas por medo a Haque", que "lhes disse que um destino violento viria sobre elas se explicassem a alguém o que estavam fazendo", relatou o comissário.

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