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Seleção Nacional

Paulo Duarte. Egípcios são calculistas, defensivos e dependentes de Salah

23 mar, 2018 - 12:45

O selecionador da Burkina Faso estudou e defrontou, para a Taça das Nações africanas, a seleção do Egito, adversário de Portugal no primeiro jogo de preparação para o Mundial 2018.

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Paulo Duarte, selecionador da Burkina Faso, que defrontou o Egito, na última CAN, traça o perfil à seleção que Portugal terá pela frente, no primeiro jogo de preparação para o Mundial 2018. Os egípcios são calculistas, defensivos e com um ataque assente em Mohamed Salah.

Em entrevista a Bola Branca, o treinador português define a seleção egípcia como "muito calculista" e "muito defensiva".

"Defende praticamente com nove jogadores e ataca com quatro jogadores, não desfazendo essa estrutura. Defensivamente, jogadores de grande capacidade física, altos e muito fortes no jogo frontal. Em termos ofensivos, é uma equipa que tenta nitidamente tirar partido e explorar a grande capacidade do seu melhor jogador, que é o Salah", descreve.

No último embate entre ambos, a selecção egípcia bateu o conjunto orientado por Paulo Duarte, nas "meias" da Taça das Nações africanas. A Burkina perdeu apenas nos penáltis e teve 65% de posse de bola, o que "não é normal" e "só por si diz quão defensiva é esta equipa do Egito", que o técnico descreve como "a melhor equipa africana de todos os tempos".

Há dois Egitos: com e sem o Faraó de Liverpool

Portugal tem Cristiano Ronaldo, o Egito tem Mohamed Salah, estrela da sua seleção e do Liverpool, além de atual líder da corrida à Bota de Ouro. Paulo Duarte descreve-o como "um jogador de elite":

"Sendo difícil eleger o melhor jogador africano, o Salah, o Sadio Mané e o Bertrand Traoré, da Burkina, são três jogadores de um nível de elite. Não é muito bom, é de elite. Mas [Salah] é a figura mais desta equipa e, garantidamente, se este jogador não está em campo, não falamos do mesmo Egito. É, da mesma, uma equipa sólida e bem organizada defensivamente, mas que perde 30 ou 40% da sua força ofensiva."

À frente da equipa egípcia está Hector Cúper, treinador argentino com larga experiência na Europa. "A marca dele é a estabilidade defensiva", considera Paulo Duarte. "Sabe aquilo que é o futebol de alta competição. É trabalhar no erro do adversário, errar o menos possível e uma equipa que, se um jogo está 0-0, está sempre próxima de ganhar."

Da melhor de sempre para a melhor da atualidade

Apesar das qualidades, o Egito "passa por uma fase difícil, de renovação". Foi, "durante todo o seu historial", a melhor seleção do continente africano, mas "perdeu uma geração imensa que fez história".

Hoje em dia, o rótulo de melhor equipa africana pertence, na ótica de Paulo Duarte, a Marrocos, precisamente um dos três adversários de Portugal na fase de grupos do Mundial 2018. Para o técnico português, O desafio com o Egipto enquadra-se na observação dos comportamentos de um seleccionado semelhante ao marroquino:

"Provavelmente o estilo de jogo, o estilo de jogo do mundo magrebe, Marrocos, Argélia, Tunísia, Egito. É um futebol forte. Marrocos é um país muito organizado, [tem] um governo que investe muito no futebol, e creio que [Fernando Santos] vai querer ver os comportamentos coletivos e individuais destes jogadores do Magrebe, qual a sua reação, em termos coletivos, naquilo que é jogar contra uma equipa europeia e penso que Marrocos não foge muito da mentalidade, se bem que, em termos qualititativos, hoje, Marrocos é mais forte do que o Egito."

Portugal defronta o Egito esta sexta-feira, às 19h45, em Zurique, na Suíça. Relato na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.sapo.pt.

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