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​Hospital de Cascais proíbe sandálias, piercings e perfumes fortes

23 mar, 2018 - 07:52

Sindicato dos Médicos da Zona Sul admite “acionar todas as diligências legais para impedir que hospital se transforme em caserna militar”.

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O Hospital de Cascais aprovou um regulamento interno com detalhadas regras no que concerne à apresentação dos seus funcionários. De acordo com o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, as regras proíbem, por exemplo, o uso de chinelos, sandálias e botas, assim como piercings e tatuagens em locais visíveis do corpo.

O regulamento recomenda ainda o uso de maquilhagem discreta, desodorizante sem cheiro e perfume leve, fresco e agradável.

O regulamento já foi aprovado em outubro de 2017 mas só agora chegou ao conhecimento do sindicato, que o considera um “exemplo escandaloso de prepotência e de militarização da vida hospitalar”.

“A par de medidas do senso comum a nível de higiene e de aspetos vulgares do fardamento, surgem medidas chocantes que revelam conceções de puro totalitarismo a lembrar países onde imperam os fundamentalistas religiosos”, lê-se na nota do sindicato.

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul admite “acionar todas as diligências legais para impedir que hospital se transforme em caserna militar”, considerando que este tipo de regulamento “é intolerável num Estado democrático e constitui um atentado à Constituição da República”.

“Estão em causa a liberdade e a individualidade dos trabalhadores daquela unidade hospitalar”, acrescenta.

O Hospital de Cascais, que é uma parceria público-privada, reagiu à polémica referindo que "aquilo que a população espera de nós, implica que seja mantido um ambiente de respeito pelos utentes e que sejam conhecidas por todos os profissionais normas de conduta".

Comunicado

"O Hospital de Cascais lamenta a forma exacerbada como tem sido lido nas últimas horas parte do regulamento divulgado.

O Hospital e o grupo ao qual pertence promove a integração e a diversidade, promovendo igualmente o serviço público de qualidade – aliás, amplamente reconhecida - respeitando normas e requisitos, sobejamente conhecidos, de controlo de infeção.

A qualidade e segurança de serviço que os utentes nos merecem, e aquilo que a população espera de nós, implica que seja mantido um ambiente de respeito pelos utentes e que sejam conhecidas por todos os profissionais normas de conduta. O que é habitual em qualquer empresa que serve o público, e ainda mais premente no caso da saúde.

Respeitar o público, as pessoas que servimos e os nossos profissionais são prioridades do Hospital."

[atualizado com a reação do hospital às 21h00]

Comentários
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  • Silva
    24 mar, 2018 Silves 18:21
    Qual Estado democrático??! Um Estado governado por estalinistas é um Estado democrático? E o que é que a passagem de modelos (na fotografia) tem que ver com os regulamentos internos de um hospital??
  • fanã
    23 mar, 2018 aveiro 18:57
    Medidas de uma NORMALIDADE incontestável . O combate as infecções nosocomiais é uma das razões CLARISSIMAS !
  • Sofia
    23 mar, 2018 Lisboa 11:35
    Srs da RR isto é notícia? Não consideram razoáveis este tipo de medidas num hospital?
  • carrapatelo
    23 mar, 2018 lisboa 11:27
    O impossível pode acontecer e que tal o uso como farda de biquíni que já éra usado nas arenas romanas ou quiçá monoquini e tangas tarzan para homens .É evidente que aneis,brincos ,percings relogios adornos etc que circulaem nos diferentes serviços levam bactérias e vírus infetando pessoal e doentes ou não será assim.A farda arreios, e uso de produtos de cheiro e embelezadores deverá ser estabelecida de acordo com a arte e não por livre arbítrio de cada um.Com todos estes regulamentos e leis estamos espartilhados como num governo totalitário só com justificações diferentes.
  • Pedro Godinho
    23 mar, 2018 Lisboa 11:26
    Mas o que tem a religião a ver com este assunto?

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