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​Maternidade de Portimão sem pediatras. Bebé reanimado por anestesista

20 mar, 2018 - 13:48

Deputado do PSD defende contratação imediata de pediatras ou encerramento temporário da unidade hospitalar.

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Um recém-nascido teve que ser reanimado na maternidade do Hospital de Portimão por um médico anestesista "sem competência" para o fazer. A denúncia parte do deputado do PSD Cristóvão Norte. A situação aconteceu porque a unidade estava a funcionar sem pediatras de serviço.

“No sábado, no Hospital de Portimão, tiveram lugar dois partos sem apoio pediátrico. Um dos partos infelizmente correu mal e o bebé teve que ser reanimado. Teve que ser reanimado não pelo pediatra porque não havia pediatra mas por outro especialista”, descreve o deputado.

Na sequência do episódio, Cristóvão Norte revela que apresentou, “com caráter de urgência, um requerimento ao ministro da Saúde para que a situação seja averiguada e sobretudo para que não se repita”.

“Ainda bem que o fez [a reanimação], mas não está no número das suas competências fazê-lo”, lembra o deputado.

Cristóvão Norte defende a contratação imediata de pediatras, caso contrário a maternidade deve ser temporariamente encerrada.

“Eu defendo que é imprescindível contratar pediatras. Aquela maternidade é muito importante e deve continuar aberta. Se não for possível assegurar as escalas a maternidade não pode funcionar nestes termos”, esclarece.

De acordo com o deputado, a situação não é inédita. “Já no passado esta situação tinha sucedido, foi denunciada, a maternidade esteve encerrada durante três dias em 2017 e não houve resposta por parte do Governo”, acrescenta.

Citada pelo jornal “Correio da Manhã”, a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) reconhece que os partos "não devem" ser efetuados na ausência de pediatra e o que está previsto é a transferência para a unidade de Faro.

Nestes casos, as grávidas não foram levadas para Faro, “por razões de segurança”, porque os partes estavam iminentes.

“A criança foi devidamente assistida" e tanto ela como a mãe "encontram-se bem", sublinha a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve.

Comentários
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  • MASQUEGRACINHA
    20 mar, 2018 TERRADOMEIO 18:28
    Subscrevo inteiramente o comentário de JUDITE GONÇALVES. Triste coisa esta, para mais num dos países mais envelhecidos do mundo... Há, deveras, um problema grave com as prioridades de quem nos governa. Agora e de há muito, muito, tempo.
  • FIlipe
    20 mar, 2018 évora 15:19
    A formação de um médico deve permitir tudo ! Só em Portugal existe um para enfiar a agulha e outro para tirar , imagine-se num teatro de guerra como existe a quantidade de especialistas que os Estados Unidos teriam de enviar ou até basta meter os olhos nos médicos Portugueses do antigamente , faziam de TUDO !!!!
  • Judite Gonçalves
    20 mar, 2018 Barreiro 14:34
    Oxalá este bebé não fique com sequelas para a vida. O nosso governo e a nossa Assembleia da República, anda entretidos com questões marginais, e a saúde, nomeadamente a materno-infantil é deixada ao abandono. Se já saímos da crise, se não há problemas com dinheiro, qual a razão para não contratarem médicos para os hospitais. Senhores deputados e governantes a vossa obrigação legislar de forma a melhorar o estado de saúde e de educação no nosso país. O “meu papagaio” não se vai importar se come em casa ou no restaurante, mas se um bebé não é devidamente assistido, pode sofrer lesões graves para o resto da vida. E depois qual é a vossa solução? Dão-lhe um tiro para não provocar despesas ao Estado?

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