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Perguntas e respostas sobre o surto de sarampo

15 mar, 2018 - 15:04 • Agência Lusa, com redação

Doença altamente contagiosa causada por um vírus pode e deve ser evitada com a vacinação, recomendam as autoridades de saúde.

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Sete casos de sarampo estão confirmados e dezenas casos suspeitos estão em análise, até esta quinta-feira, no Norte de Portugal, depois de no ano passado ter ocorrido um surto no que chegou a provocar a morte a uma jovem de 17 anos.

Os surtos de sarampo têm aberto a discussão na opinião pública sobre a vacinação, que em Portugal é gratuita, mas não obrigatória.

O que é o sarampo?

O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus, sendo mesmo das infeções virais mais contagiosas. Geralmente é propagada pelo contacto direto com secreções nasais ou da faringe e por via aérea.

Como se manifesta?

Manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

É verdade que quem tem sarampo uma vez não tem mais?

Sim. "O sarampo é uma doença que confere imunidade para a vida. Quem tem a doença fica protegido para toda a vida", garante à Renascença Etelvina Calé, da equipa coordenadora do Programa Nacional de Vacinação da Direção-geral de Saúde (DGS).

Quem está protegido contra o sarampo?

As pessoas que já tiveram a doença e as pessoas que foram vacinadas. A diferença é que as pessoas que tiveram a doença não voltarão a ter a doença e as que estão vacinadas poderão contrair a doença, mas numa forma muito mais ligeira, mais benigna.

Como é a incubação da doença?

O período de incubação pode variar entre sete a 21 dias, o contágio dá-se quatro dias antes e quatro dias depois de aparecer o exantema (erupções cutâneas).

Que complicações causa?

O sarampo tem habitualmente uma evolução benigna, mas pode desencadear complicações como otite média, pneumonia, convulsões febris e encefalites. Pode ser grave e até levar à morte. Os adultos têm geralmente uma forma mais grave da doença.

Se tem sintomas, não vá ao hospital

A Direção-Geral da Saúde (DGS) lembra que o sarampo é uma doença altamente contagiosa, por isso, quem tem sintomas não deve ir a uma urgência sem ligar antes para a Linha SNS 24 - 808 24 24 242.

Atualmente ainda se morre de sarampo?

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), só na região Europeia morreram no ano passado 35 pessoas. Mais de 20 mil casos foram registados em 50 países.

Qual a proteção contra o sarampo?

A vacinação é a principal medida de proteção contra o sarampo. As vacinas conseguiram mesmo reduzir a mortalidade por sarampo em quase 80% entre 2000 e 2015 a nível mundial. A OMS estima que tenham sido prevenidas pela vacinação 20,3 milhões de mortes nesse período.

Como é a vacinação em Portugal?

A vacina contra o sarampo é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV), devendo ser dada em duas doses, aos 12 meses e aos cinco anos. Contudo, não é obrigatória porque não há vacinas obrigatórias em Portugal. É altamente recomendada pelas autoridades de saúde, médicos e pediatras, devendo ser cumpridas as duas doses nas idades indicadas no Programa de Vacinação.

Desde quando existe vacina do sarampo em Portugal?

A vacinação organizada começou em 1973, com uma campanha de vacinação de crianças entre os um e os quatro anos, que vigorou até 1977. Em 1974, a vacina foi incluída no PNV em uma dose e em 1990 foi introduzida uma segunda dose da vacina.

Qual o nível de imunização em Portugal?

Portugal tem uma elevada taxa de imunização contra o sarampo, que ronda os 95%. Consideram-se já protegidos contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso de menores de 18 anos, e uma dose quando se trata de adultos.

Quem tomou só a primeira dose da vacina ainda tem esse efeito no organismo?

Sim. "À luz dos conhecimentos atuais, o que se sabe é que ele vai permanecer durante bastante tempo, podendo a pessoa realmente contrair uma doença, mas de uma forma muito mais benigna", afirma Etelvina Calé.

E os bebés? Devem ser vacinados antes dos 12 meses?

De uma forma geral, não. A vacina deve ser dada a partir de um ano de idade, no entanto, em situações especiais e por indicação médica, pode ser administrada entre os seis e os 12 meses.

Antes de um ano de idade, o sistema imunitário da criança ainda não está suficientemente preparado para responder durante um período longo de imunidade e a criança deve refazer a vacina aos 12 meses, explica Etelvina Calé, médica de saúde pública e responsável da DGS.

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