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Bispos sublinham “sintonia” na aplicação das orientações do Papa

13 mar, 2018 - 16:24 • Ecclesia

Padre Manuel Barbosa destaca atenção à família e “processo” de renovação em curso.

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O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse esta terça-feira, em Fátima, que os bispos católicos estão em “sintonia” com as indicações do Papa Francisco, eleito há cinco anos.

“Em cinco anos, temos muito que nos interpela”, desde à família à ecologia, assinalou o padre Manuel Barbosa, em conferência de imprensa, após a reunião mensal do Conselho Permanente da CEP.

O secretário do organismo episcopal começou por deixar um voto de “congratulação” pelos cinco anos de pontificado do Papa Francisco, eleito a 13 de março de 2013, e apresentou como ideias centrais a “alegria e misericórdia”, a defesa da dignidade de cada pessoa, em particular dos mais pobres, e da natureza.

Para o porta-voz da CEP, estes anos têm representado uma mudança “gradual e progressiva”, num “processo de renovação” e de transformação, pessoal e comunitária, com base no “discernimento” contínuo.

“Algo está a mudar no sentido de nos sintonizarmos com as indicações que ele dá”, acrescentou.

O padre Manuel Barbosa sustentou que “há uma sintonia, há um respeito por estas orientações”, no sentido de as concretizar, por parte da Conferência Episcopal Portuguesa.

Neste contexto, rejeitou que existam “duas velocidades” ou “dois entendimentos” na aplicação de critérios de orientação pastoral para acompanhamento de católicos divorciados, visando a aplicação do capítulo VIII da Exortação Apostólica “Amoris Laetitia”, do Papa Francisco.

“É um processo de discernimento, que é remetido aos bispos, que têm a sua autonomia”, explicou o sacerdote, para quem mais do que diferenças, há várias maneiras de “comunicar”, onde todos “tentam encontrar o melhor caminho”.

O tema, realçou o padre Manuel Barbosa, “está na agenda contínua da Igreja, o Papa pediu que esse discernimento continuasse, seja onde for”.

A intervenção evocou ainda o “impacto muito intenso” da presença papal em Fátima, na celebração do 13 de maio de 2017 e pelo que “isso significou de preparação” e de “sintonia” com este acontecimento, nas dioceses portuguesas.

Os cinco anos de pontificado mereceram um balanço necessariamente “positivo”, com referência particular à exortação apostólica “Evangelii gaudium”, um documento programático “que muita gente já pôs na gaveta, mas não devia”.

Para o secretário da CEP, além da importância dedicada à família, o Papa tem oferecido vários elementos que ajudam a renovar a “vida cristã”.

Com mais de 46 milhões de seguidores no Twitter, o atual pontífice é visto como alguém que “sabe usar os meios que estão a surgir” para comunicar a sua mensagem, “num sentido de muita proximidade com todas as pessoas”.

“O Papa tem cultivado essa proximidade, que ajuda a fazer passar a mensagem do Evangelho”, observou o padre Manuel Barbosa.

Para este responsável, as próximas canonizações do Papa Paulo VI e do arcebispo salvadorenho Óscar Romero, são “marcas de anúncio de algo muito positivo para a vida da Igreja”. Entre os principais documentos do atual pontificado estão as encíclicas ‘Laudato si’, dedicada a questões ecológicas; a “Lumen Fidei” (A luz da Fé), que recolhe reflexões de Bento XVI; e as exortações apostólicas “Evangelii Gaudium” (A alegria do Evangelho) e “Amoris Laetitia” (A alegria do amor).

Este último documento recolhe as conclusões do Sínodo sobre a Família, em duas sessões (2014 e 2015), com consultas alargadas às comunidades católicas.

O Papa promoveu ainda um Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), terceiro ano santo extraordinário na história da Igreja Católica, durante o qual canonizou Madre Teresa de Calcutá, e um Ano da Vida Consagrada.

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