Tempo
|
A+ / A-

Autarcas de Ovar e Espinho confirmam mau estado da Linha do Norte

13 mar, 2018 - 14:49 • Pedro Mesquita, com Redação

Relatório da Infraestruturas de Portugal aponta o troço entre Ovar e Gaia como o em pior estado, defendendo uma intervenção urgente.

A+ / A-

O presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro, classifica como "lastimável" o estado da linha férrea, entre Ovar e Gaia, e queixa-se dos "sucessivos adiamentos das obras necessárias no pior troço da Linha do Norte.

"Há muito que verificamos o estado lastimável da nossa linha férrea e, sobretudo, o constante adiamento da intervenção do governo neste troço", diz Salvador Malheiro, à Renascença, numa reação ao relatório da Infraestruturas de Portugal, revelado esta terça-feira pelo jornal “Público”, que aponta o troço da Linha do Norte entre Ovar e Gaia como o pior e necessitado de intervenção urgente.

O autarca de Ovar reconhece a importância das ligações ferroviárias a Espanha, mas avisa o primeiro-ministro que não é essa a verdadeira prioridade: "Eu estou muito de acordo que se pense na ferrovia como uma prioridade nas ligações de Portugal ao exterior, mas temos primeiro que tratar da nossa casa."

"Antes de pensarmos em projectos megalómanos, temos que olhar, designadamente, para a linha que liga o Porto a Lisboa", argumenta o autarca do PSD, apontando, ainda, o aspecto da segurança: "Quantas pessoas mais terão que morrer neste troço para que, de facto, comecem as obras?"

Para Malheiro, o relatório da Infraestruturas de Portugal "deverá ser a 'gota de água' que leve o Governo a fazer o investimento", porque "não é possível esperar mais".

"Barrar a Linha do Norte"

Também ouvido pela Renascença, o presidente da Câmara de Espinho, Pinto Moreira, também eleito pelo PSD, diz não ter dúvidas da existência de problemas nas linhas ferroviárias na sua área, mas destaca outros aspectos urgentes, como proceder ao desnivelamento da linha em passagens de nível com Paramos e Silvalde

"Não é uma questão, sobretudo, de carris, de travessas, ou de balastro. É evidente que, por falta de manutenção, a via está em mau estado, mas o que põe em risco a vida e a segurança das pessoas são as passagens de nível que continuam por desnivelar", argumenta.

Pinto Moreira queixa-se de que esses planos têm passado de governo para governo, havendo, agora, a promessa de abertura de concursos públicos dentro de dois meses. O autarca de Espinho adverte que esse compromisso não pode falhar e ameaça: “Essas obras têm que começar já. Se não começarem já, se os concursos públicos não forem lançados em maio, como já foi anunciado, serei o primeiro a ir para a linha da frente, o primeiro a barrar a própria Linha do Norte."

O presidente da Câmara de Espinho queixa-se, ainda, de que o Governo toma decisões deste tipo com base em critérios partidários e aponta o caso de Vila Nova de Gaia, um município de Câmara PS: "Não aceito, de forma alguma, que, no âmbito deste plano de modernização do troço Ovar-Gaia, se invista em determinados municípios e se deixem outros para trás, por razões muitas vezes político-partidárias. Concretizo: estou a falar de Vila Nova de Gaia. Há obras nas estações da Granja e de Valadares, mas continuam por fazer onde eram mais prementes".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+