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​Revolução de Francisco é uma “Igreja cada vez mais próxima das pessoas”

12 mar, 2018 - 20:14

Conferência assinalou os cinco anos de pontificado do Papa Francisco.

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Susana Martins - conferencia Papa D12
Reportagem de Susana Madureira Martins

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Quais são as hipóteses de futuro na Igreja Católica? Está o Papa Francisco a provocar uma revolução dentro da Igreja ou não? Estas foram algumas das questões colocadas esta segunda-feira na conferência promovida pela Renascença, agência Ecclesia e pela Universidade Católica, que assinala os cincos anos de pontificado de Francisco.

Cinco anos depois de Francisco chegar a Roma os problemas continuam espinhosos. Aura Miguel, jornalista da Renascença e vaticanista, elenca os desafios de Francisco.

“O lóbi gay ocupou as manchetes quando, durante o Sínodo da Família, um padre da cúria romana apregoou a sua homossexualidade e revelou não ser o único a praticá-la; Francisco foi eleito para reformar a cúria que já sofreu várias remodelações, mas não se vê fim à vista; as sucessivas nomeações nas finanças e economia ainda não encontraram a serenidade necessária. Dos nove cardeais que compõem o seu conselho de consultores, três têm dado que falar pelas piores razões. Também o escândalo dos abusos continua”, afirma Aura Miguel.

Francisco vai conseguir limpar a cúria romana, o governo do Vaticano, ou acabar com os escândalos de abusos sexuais? O jornalista João Francisco Gomes, do jornal “Observador”, tem dúvidas que a revolução passe por aí.

“Eu diria que do lado daqueles que veem o Papa Francisco como uma grande revolução na doutrina, como uma grande revolução nos escândalos que assolam a Igreja, vai haver algum desencantamento. Já tem havido e penso que vai haver cada vez mais. As pessoas vão-se aperceber que o Papa Francisco não é essa revolução que muitas vezes se quer fazer passar, sobretudo, em muitos grupos fora da Igreja. Não é uma revolução de mudar radicalmente a face da Igreja, o que vai acontecer é que vamos ver uma Igreja cada vez mais próxima das pessoas e aqueles gestos de simplicidade do Papa contribuem para passar uma imagem cada vez mais refletida nos bispos e nos padres”, argumenta João Francisco Gomes.

A verdadeira reforma da Igreja Católica é sentir os problemas do mundo como seus, diz o vaticanista Octávio Carmo, jornalista da agência Ecclesia.

“A Igreja Católica do século XXI tem de sentir os problemas do mundo como seus e tem de falar da crise ecológica, da crise económica, tem de falar dos jovens, do proletariado, do trabalho como fonte de dignidade e não apenas como fonte de rendimento”, assinala Octávio Carmo.

O vaticanista espera que nos próximos cinco anos a Igreja Católica não se feche em estúdio e que seja capaz de criar pontes.

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  • Adosinda Dias
    13 mar, 2018 20:29
    Nosso querido Papa Francisco, é uma Igreja dentro de outra Igreja, a de Jesus Cristo. Rezemos por este grande ser humano entre toda a humanidade? Creio que não vamos ter outro Pastor da Igreja como ele, depois de Jesus e Pedro, nosso Papa Francisco passeia entre o rebanho como Jesus se abeira dos pobres dos humildes, pois estes cinco anos foram intensos, mas cheios de amor e carinho para com o rebanho! É preciso saber chamar acolher, explicar o que muitas vezes para nós não compreendemos, nosso Papa explica muito bem talvez o que em muitos anos não aprendi. Continuo a rezar para que Deus lhe conceda saúde, que Maria o cubra com seu manto, porque é preciso protecção de amor de mãe, só Maria a nossa mãe do céu o pode proteger. Amém

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