10 mar, 2018 - 21:35 • Eunice Lourenço
A notícia já tinha sido avançada de manhã pela Renascença. Pouco antes das 20h, Telmo Correia, no seu discurso do CDS, já falava de Nuno Melo como o cabeça de lista do partido às eleições europeias do próximo ano, antecipando ao anúncio preparado pela líder do partido. Mas logo a seguir, Assunção Cristas subiu ao palco para formalizar o anúncio e dar a palavra ao atual único eurodeputado do CDS.
E Nuno Melo, que já foi duas vezes tinha passado a palavra ao orador seguinte, finalmente falou ao Congresso para um discurso em que criticou o PS, deu “um abraço a Pedro Passos Coelho” e, sobretudo, atacou o Bloco de Esquerda, partido que considera representar tudo aquilo que o CDS combate.
Nuno Melo conseguiu mesmo levantar o Congresso num forte aplauso quando se referiu a um episódio motivado pela deputada bloquista Joana Mortágua que publicou uma fotografia nas redes sociais da Ponte 25 de Abril em direção a Almada com muito nevoeiro pela frente. “Não sei se isto é politicamente correto, mas gosto quando não se vê o cristo”, escreveu Joana Mortágua, que, entretanto, já retirou este comentário da fotografia.
“Com a religião não se brinca, com a fé dos outros não se brinca”, disse Nuno Melo no Congresso, que decorre em Lamego, arrancando um grande aplauso e levantando a sala.
Melo começou o discurso por lembrar que o CDS tem de fazer oposição é ao PS e não PSD. E quis mesmo deixar “um grande abraço” a Pedro Passos Coelho. Mas acrescentou o aviso: “Estamos aqui para crescer porque os votos não têm dono.
Na segunda parte do discurso, Melo vestiu o casaco de eurodeputado, defendendo “Menos Bruxelas e mais Europa (o título da sua moção) e manifestando a sua oposição a listas transacionais. E concluiu com uma grande manifestação de apoio a Assunção Cristas, a quem há dois anos ponderou defrontar na sucessão de Paulo Portas.
“Vamos caminhar juntos”, concluiu Nuno Melo, que terá a tarefa de, no próximo ano, aumentar a representação do CDS no Parlamento Europeu. Nas últimas eleições europeias, CDS e PSD concorreram em listas conjuntas e o CDS perdeu o seu segundo eurodeputado.