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Associação leva carta ao Parlamento sobre "indiscutível potencial terapêutico" da canábis

08 mar, 2018 - 10:27

Subscritores da carta querem que os derivados de canábis sejam vendidos nas farmácias, mediante receita médica.

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A Associação de Estudos sobre Canábis vai entregar esta quinta-feira aos deputados no parlamento uma carta aberta na qual classifica como indiscutível o potencial terapêutico da planta e recorda que 14 países na Europa legalizaram o seu uso medicinal.

"Com a legalização da canábis para fins medicinais em mais de 30 países no mundo, dos quais 14 na Europa, vários pacientes portugueses tomaram conhecimento desta alternativa e estão, atualmente, a utilizar canábis com efeitos positivos nos sintomas das suas doenças", refere a carta da associação, com subscrição aberta a quem a queira assinar.

Contudo, é lamentado que o enquadramento legal ambíguo e insuficiente inviabilize um acesso regulado e eficaz dos doentes à canábis para uso medicinal.

Os subscritores da carta querem que os derivados de canábis sejam vendidos nas farmácias, sendo testados por entidade reguladora, e que nas farmácias estejam disponíveis o máximo possível de variantes genéticas da planta e flores e extratos de canábis, mediante receita médica.

É ainda pedida a possibilidade de comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde.

A carta apela ainda a que seja autorizado o auto-cultivo da planta canábis, mediante receita médica e autorização especial, caso não seja possível encontrar na farmácia a planta com o perfil de canabinoides mais indicado para os pacientes.

A Associação Cannativa foi constituída no ano passado e apresenta-se como uma associação que reúne "especialistas dos mais diferentes quadrantes", entre consumidores e não consumidores, "desde ativistas a profissionais da saúde, passando por cientistas, políticos, agricultores, juristas, estudantes, jornalistas e utilizadores de canábis terapêutica".

Elementos da Cannativa vão ser ouvidos esta quinta-feira à tarde no parlamento, no âmbito do grupo de trabalho sobre a utilização da canábis para fins terapêuticos.

Está ainda prevista a audição da Ordem dos Médicos e dos seus colégios de especialidade de neurologia e psiquiatria. A Ordem, num parecer divulgado em janeiro, reconhece que existe forte evidência da eficácia da canábis nalguns usos terapêuticos, mas entende que a sua prescrição deve ser exclusivamente médica e nunca através da forma fumada.

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  • Alves
    08 mar, 2018 Alto 19:15
    Esta notícia já me cheira a erva queimada...

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