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Freira atacada e roubada no Bangladesh perdoa criminosos

27 fev, 2018 - 14:38

A religiosa recusou apresentar queixa. Diz que os atacantes não conhecem o espírito de Santa Teresa de Calcutá, cujo lema é amor.

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Uma freira da ordem das Missionárias da Caridade, fundada pela santa Teresa de Calcutá, foi atacada, roubada e esfaqueada na segunda-feira no Bangladesh.

A religiosa estava a regressar do banco, onde tinha levantado cerca de 990 euros, necessários para a manutenção de um centro para pessoas malnutridas, que as freiras operam naquele país, quando foi atacada, segundo a agência católica AsiaNews.

Um grupo de quatro homens exigiu que ela entregasse a mala com o dinheiro e perante a sua recusa esfaquearam-na na mão esquerda e roubaram o dinheiro, pondo-se em fuga.

A freira, identificada pela AsiaNews como irmã M. Madaleine, acabou por ser socorrida por transeuntes que a levaram para o hospital, onde foi assistida e suturada, encontrando-se em situação estável.

Ouvindo falar do incidente a polícia foi ao hospital, mas a freira recusou-se a apresentar queixa. “Eles não conhecem o lema da nossa fundadora, a santa Madre Teresa, cujo lema é o amor. Não podemos se não cuidar destas pessoas miseráveis. Eu perdoo aqueles que me atacaram”, disse.

Apesar de se recusar a apresentar queixa, a polícia diz que está no encalço dos ladrões e espera detê-los em breve.

O secretário da Comissão de Justiça e Paz da diocese de Sylhet, onde decorreu o crime, mostrou-se preocupado com o ataque a uma religiosa. “Na diocese as freiras operam dois centros que cuidam dos necessitados e esquecidos, na sua maioria hindus e muçulmanos. As religiosas servem aqueles que são negligenciados pela sociedade. Quem o fará no futuro se elas forem perseguidas?”, pergunta o padre Boniface Khongla.

Os cristãos são uma pequena minoria no Bangladesh, país de maioria muçulmana, e os casos de perseguição têm aumentado nos últimos anos. O cristianismo está presente no país desde a chegada dos portugueses, há cerca de 500 anos e a comunidade católica tem fortes raízes portuguesas ainda. O Papa Francisco visitou aquele país em finais de novembro, começo de dezembro de 2017.

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