23 fev, 2018 - 06:46
Os trabalhadores dos CTT - Correios de Portugal estão esta sexta-feira em greve e manifestam-se em Lisboa contra a redução de pessoal e o encerramento de postos de atendimento em todo o país.
De acordo com os sindicatos do sector são esperadas entre três a quatro mil pessoas no protesto agendado para as 14h30. O desfile parte do Marquês de Pombal em direção à residência oficial do primeiro-ministro.
"Vai envolver os trabalhadores, populações organizadas em comissões de utentes, algumas juntas, algumas camâras municipais para pressionar o Governo a reverter a privatização dos CTT", diz à Renascença o presidente do Sindicato Nacional dos Correios e Telecomunicações, Vítor Narciso.
A adesão à greve no turno da noite dos Centros de Tratamento e Transportes de Lisboa e Porto foi de 70,63%, tendo ultrapassado as expectativas, segundo os sindicatos que promoveram a paralisação.
Em dezembro passado, os CTT divulgaram um Plano de Transformação Operacional, que previa a redução de cerca de 800 trabalhadores na área das operações ao longo de três anos, em consequência do tráfego do correio, de um total de 6.700, dos quais 6.200 efetivos e perto de 500 contratados a termo.
A lista inicial de postos a encerrar contemplava 22 locais mas já vai em 40, garante o sindicalista, que diz ainda que pode ultrapassar os 60 encerramentos nos próximos meses. Em seu lugar aparecem os postos, assegurados por juntas de freguesia ou lojas, como papelarias e mercearias que prestam alguns serviços postais: recebem e entregam cartas, avisos, encomendas, vales e consequentemente, também pagam as reformas de muitos pensionistas que ainda não aderiram à solução bancária.
No final de setembro do ano passado, o grupo CTT contava com 12.843 trabalhadores, enquanto no final de dezembro de 2013 - altura em que a empresa foi privatizada, entrando em bolsa - contabilizava 12.383, ou seja, mais 3,7% (mais 460 trabalhadores em quatro anos).
O plano de reestruturação dos CTT previa também um corte de 25% na remuneração fixa do presidente do Conselho de Administração e do presidente executivo, além da otimização da implantação da rede de lojas, através da conversão de lojas em postos de correio ou do fecho de lojas com pouca procura.