22 fev, 2018 - 18:54 • Ana Rodrigues
O ministro português da Defesa quer levar a cooperação militar com os países da Comunidade Portuguesa de Língua Portuguesa (CPLP) mais longe.
De visita a Moçambique, Azeredo Lopes propôs a integração de militares moçambicanos nas forças portuguesas que participam em missões internacionais.
A ideia é que as forças nacionais destacadas portuguesas passem a integrar militares de outros países.
Esta é já uma das vertentes da futura cooperação no domínio da Defesa, que vai substituir a cooperação técnico militar e que teve expressão na recente viagem do ministro da Defesa a São Tomé e Príncipe.
A ideia é ir um pouco mais longe na cooperação na área da defesa, disse esta quinta-feira Azeredo Lopes.
“Era é, numa força nacional destacada, gradualmente envolver cada vez mais os países da CPLP. Isso representa também uma aprendizagem comum, um reforço comum de capacidades. E, devo dizer, se Portugal trabalha com qualquer país, como tem aliás demonstrado nos quatro cantos do mundo, é evidente que Portugal nunca trabalhará pior, antes pelo contrário, com aqueles países que partilham connosco a língua e uma história comum.”
Esta é, segundo o ministro da Defesa, uma iniciativa que está a dar os primeiros passos e que agora vai ser devidamente estruturada, mas já foi bem recebida pelas autoridades moçambicanas,
“Estas coisas não se resolvem de um dia para o outro, nem pressupõem decisões instantâneas. Mas devo dizer que a delegação portuguesa foi muito bem recebida, as discussões com o ministro da Defesa de Moçambique pareceram-me excelentes, ricas, e, sobretudo, a expressão de uma vontade comum de trabalhar em conjunto. Cabe neste caso ao ministro da Defesa apresentar propostas, ouvir propostas da outra parte e depois definirmos como é que as vamos integrar da forma mais eficiente possível, justamente no enquadramento que agora temos até 2021 da nossa cooperação em matéria de Defesa”, assinalou Azeredo Lopes.
Nesta visita a Moçambique foi assinado um novo acordo de cooperação no domínio da Defesa, que irá vigorar até 2021 e que vai manter os programas de formação e ensino e o intercâmbio de militares.
O ministro recebeu em Moçambique a carta louvor aos militares portugueses que estão em missão na República Centro-Africana e que Azeredo Lopes diz ser “fora do comum”.
As tropas portuguesas foram condecoradas na República Centro-Africana, país onde 160 militares integram, há mais de um ano, a força de reação rápida das Nações Unidas. Portugal vai assumir durante um ano o comando da missão militar de treino da UE em Bangui.