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Guterres. Mundo corre o "risco de perder corrida" contra alterações climáticas

19 fev, 2018 - 12:22

Secretário-geral da ONU frisou a necessidade de um compromisso coletivo e "de uma ambição acrescida" para a concretização dos acordos internacionais. E alertou que a próxima guerra entre Estados será precedida de um ciberataque.

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O secretário-geral das Nações Unidas que o mundo "corre o risco de perder a corrida" face à aceleração das alterações climáticas e vincou a "falta de ambição suficiente" para concretizar as metas internacionais.

"As alterações climáticas são a maior ameaça coletiva e do planeta e continuam a andar mais depressa do que nós próprios", disse António Guterres, no discurso de aceitação do título de Doutor Honoris Causa proposto pelo Instituto Superior Técnico (IST), que decorreu na Aula Magna da Universidade de Lisboa.

Guterres advertiu que a humanidade corre "o risco de perder esta corrida" e frisou a necessidade de um compromisso coletivo e "de uma ambição acrescida" para a concretização dos acordos internacionais no domínio das alterações climáticas.

Lembrando que alguns decisores internacionais ainda não acreditam nos efeitos das alterações climáticas, Guterres salientou que ainda existe "falta ambição suficiente para aplicar os Acordos de Paris e para assumir que estes compromissos não são suficientes".

O secretário-geral da ONU lembrou algumas consequências do aquecimento global, mencionando, entre outros, o cenário de seca vivido em Portugal, e acentuou que há que "fazer tudo para inverter esta aceleração".

Guterres alerta para guerra no ciberespaço

A próxima guerra entre Estados será precedida de um ciberataque, alertou o secretário-geral das Nações Unidas.

Durante a cerimónia de doutoramento Honoris Causa, na aula magna da Universidade de Lisboa, António Guterres reconheceu que a internet é o novo espaço de conflito entre Estados.

O secretário-geral da ONU considera urgente encontrar um sistema que regule este tipo de guerra no ciberespaço.

“As Nações Unidas estão disponíveis para servir de plataforma de encontro de Governos, empresas com intervenção direta no setor, cientistas, universidades, sociedade civil, para ver como é possível trabalhar em conjunto para [criar] mecanismos que possam estabelecer alguns protocolos que garantam que o uso da internet se faça, no essencial, em benefício da Humanidade. As formas de regulação tradicionais, através da regulação pelos Estados ou pelas convenções internacionais, são formas que estão desadaptadas a esta nova realidade, porque são muito lentas”, afirmou António Guterres.

Guterres foi distinguido com o grau de Doutor Honoris Causa numa cerimónia na Aula Magna, com a presença de diversas individualidades, nomeadamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, vários ministros, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e membros do corpo diplomático acreditado em Portugal.

O anúncio da atribuição do título honorífico ao ex-primeiro-ministro português foi feito em janeiro último pelo Instituto Superior Técnico (IST), onde o aluno António Guterres "teve um percurso académico excecional" e se licenciou em engenharia eletrotécnica em 1971.

Guterres foi deputado durante 17 anos, tendo-se estreado na Assembleia da República em 1976, e foi primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002.

Mais tarde, em 2003, depois de ter deixado o cargo de primeiro-ministro, foi professor convidado do IST, antes de assumir funções durante dez anos, entre 2005 e 2015, como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Desde 1 de janeiro de 2017 que Guterres é secretário-geral das Nações Unidas.

[notícia atualizada às 14h32]

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