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Vila Pouca de Aguiar avança com centro interpretativo mineiro de Jales

19 fev, 2018 - 09:43 • Olímpia Mairos

O equipamento servirá para resgatar a tradição mineira na região e vai proporcionar o contacto entre os antigos mineiros e as pessoas que procuram as minas do ponto de vista turístico.

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Vila Pouca de Aguiar vai avançar com a construção do Centro Interpretativo Mineiro de Jales, um projeto de meio milhão de euros, cuja candidatura foi aprovada pelo Turismo de Portugal.

A exploração mineira foi “o motor económico” desta região, mas terminou em 1992, tendo sido a última exploração de ouro em Portugal. A atividade desenvolveu-se ao longo de cerca de cinco quilómetros e atingiu os 120 metros de profundidade. No auge da exploração chegaram a trabalhar nas minas cerca de mil trabalhadores que extraíam à volta de 30 quilos de ouro por mês.

Agora, a autarquia vai avançar com a construção de um Centro Interpretativo Mineiro de Jales, que vai incluir a recuperação do cavalete do poço de Santa Bárbara e a casa do guincho que permitiam a comunicação desde o solo às galerias mineiras.

O projeto é promovido pela Associação de Desenvolvimento Integrado das Terras de Jales, com o apoio do município de Vila Pouca de Aguiar.

Segundo o presidente da câmara, Alberto Machado, o “equipamento servirá para resgatar a tradição mineira nesta região indo de encontro à valorização patrimonial e turística das minas de Jales”.

A casa do guincho será um espaço museológico constituído por dois pisos, sendo um subterrâneo com acesso idêntico ao utilizado pelos mineiros, com percurso expositivo e réplica de galeria subterrânea.

A ideia é que as pessoas possam ter dois modelos de visita, uma mais simples e de âmbito histórico, e outra mais alargada que aproxime o visitante da experiência real de quem trabalhou nas minas.

O projeto prevê uma ligação direta com a comunidade e quer potenciar o contato entre os antigos mineiros e as pessoas hoje procuram as minas do ponto de vista turístico.

“A ideia é que se possa utilizar estas pessoas como mais-valias para o desenvolvimento do projeto até porque cada uma acaba por ter a sua própria história e experiência a narrar em relação ao tempo em que trabalhou na mina”, explica Patrícia Machado, coordenadora do projeto de valorização de Tresminas.

Vila Pouca de Aguiar alia a exploração antiga à moderna de ouro. Ali está localizado o Complexo Mineiro de Tresminas, explorado pelos romanos há cerca de dois mil anos e que a câmara quer candidatar a Património Mundial da Humanidade. Um “património arqueológico único” que se preserva desde “há cerca de 2000 anos”, realça o autarca Alberto Machado.

Tresminas é um dos locais na Europa que detém o mais importante e bem conservado complexo mineiro do Império Romano, minas a céu aberto que eram geridas diretamente pela guarda do imperador e onde foi explorado ouro ao longo de 450 anos.

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