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Rui Vitória e o "fosso" para a Europa. "Fundamental não pensar que estamos na aldeia do Astérix"

16 fev, 2018 - 19:33

Técnico do Benfica pede "melhor espetáculo, melhores campos, mais público, melhor aposta na formação, melhores estruturas dos clubes, melhor continuidade" para o futebol português.

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Rui Vitória deu a receita para o futebol português melhorar e aproximar-se das demais ligas europeias. Para o treinador do Benfica, o fosso entre as equipas lusas e as mais fortes da Europa pode ser colmatado com melhores espetáculos, maior aposta na formação e melhores direções.

Questionado sobre a má prestação do Benfica na Liga dos Campeões e as goleada sofrida por FC Porto e Sporting de Braga frente a Liverpool e Marselha, o técnico encarnado admitiu que os clubes portugueses chegam "a determinados níveis e há momentos em que se vê uma discrepância em relação a determinadas equipas".

"Poderemos dizer que há uma grande relação com o poderio financeiro e isso é uma realidade", reconheceu. "Não é por acaso que as equipas teoricamente mais poderosas, do ponto de vista financeiro, são aquelas que normalmente chegam às finais ou às meias-finais."

No entanto, para Rui Vitória, o maior problema é do foro interno: "É fundamental não pensar que estamos na aldeia do Astérix, em que nos referenciamos só entre nós. É fundamental termos comparação com o estrangeiro. Nós somos a liga em termos europeus que menos minutos úteis joga num jogo. Isto quer dizer que o jogo para muita vezes, que há muitos lançamentos, há muitas paragens, há tudo muito. Isto tem de ser tudo repensado porque a verdade é que depois o fosso pode-se cavar."

O técnico deu as chaves. A "astúcia" dos treinadores portugueses, melhor capacidade de restruturação dos clubes e "aposta muito grande na formação", porque o jovem jogador lusos é "muito melhor, muitas vezes, que a maioria [dos jogadores jovens] nos clubes na Europa".

"A nível financeiro, vamos ter sempre esta 'decalage' enorme. Temos de arranjar formas de minimizar esta distância. Passa por isto: melhores espetáculos, melhores campos, mais público, melhor aposta na formação, melhores estruturas dos clubes, melhor continuidade, uma série de aspetos em que temos de e podemos melhorar", rematou.
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