15 fev, 2018 - 11:32
A atriz alemã Anna Brüggemann está a encorajar as mulheres que desfilem na passadeira vermelha do Festival de Cinema de Berlim para que não o façam de saltos altos, vestidos justos e decotes pronunciados.
O objetivo da campanha de sensibilização da atriz é chamar a atenção para as diferentes expetativas em relação à forma como homens e mulheres se vestem nas cerimónias.
Se o novo "dress-code" for adoptado, o desfile na passadeira vermelha do Festival de Berlim, que abre esta quinta-feira, poderá fazer história.
"A passadeira vermelha representa um retrocesso até à década de 1950", declarou Brüggemann em entrevista ao jornal “The Guardian”.
A atriz considera que se “espera que as mulheres se enfiem em vestidos apertados, com decotes profundos e calcem saltos impossivelmente altos, para corresponder às expectativas e terem uma imagem ‘vendável’”, explicou.
“Chegou a hora de termos outras imagens e modelos em que nos possamos inspirar, de mulheres obstinadas e não convencionais”, acrescentou.
A alemã lançou a campanha nas redes sociais sob a “hashtag” #NobodysDoll (“boneca de ninguém”, em tradução literal) e quer que o movimento se estenda a outras passadeiras vermelhas.
“A partir deste Festival de Cinema de Berlim, vamos ampliar o entendimento daquilo que se pode ou não vestir na passadeira vermelha. Vamos alargar o ‘dress-code’ em todas as direções, queremos poder ser extravagantes ou discretas. Recebemos com encanto todos os que se queiram juntar a este movimento, todos os que queiram usar a ‘hashtag’ e todos os que decidam por si próprios aquilo que os que faz sentir bonitos. Vamos começar já a diversão, sem qualquer intenção de lhe pôr fim”, pode ler-se no manifesto.
Depois da cerimónia dos Globos de Ouro se ter vestido de negro - num protesto simbólico contra o assédio sexual em Hollywood, no âmbito da iniciativa “Time’s Up” e na sequência do movimento #MeToo – agora, a atriz alemã quer uma mudança de estilo também nas cerimónias europeias.