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Incê​ndios. Associação de vítimas queixa-se de falta de respeito e de informação

15 fev, 2018 - 10:40

Presidente da associação garante que há feridos que nem sabem que estão isentos de pagar acesso a cuidados médicos.

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A Associação de Vítimas dos Maiores Incêndios de Sempre queixa-se de falta de respeito por parte do Estado, sobretudo pelos feridos.

Em entrevista à Renascença, o presidente da associação, lamenta que o acompanhamento não tenha sido feito desde o primeiro momento.

“Aquilo que mais magoa devo dizê-lo e a falta de respeito pela dignidade das pessoas. Às vezes vale mais uma palavra do que um baú de dinheiro e essa palavra não existiu”, diz Luís Lagos, acrescentando que “a Provedoria é que tem vindo a suprir isso”.

“Ainda não foi suprido em relação aos feridos. Vai começar agora o processo, mas o fogo já aconteceu em outubro e já aconteceu em junho e esse respeito pela dignidade humana era suprido se a palavra tivesse existido no dia a seguir, que devia ter existido no dia a seguir e não existiu”, sublinha.

Luís Lagos considera ainda que as indemnizações também já deviam ter sido pagas aos feridos, sendo que alguns não têm conhecimento de informações essenciais.

“Temos alguns casos onde as pessoas chegam a não ter conhecimento sequer que têm direito a uma isenção para terem acesso a cuidados médicos. Nem esse conhecimento chegam a ter. Há uma falta de informação enorme que tem sido suprida de forma voluntárias pelas associações, porque da parte do Estado isso não aconteceu”, lamenta.

Lembra ainda que “os feridos são também aqueles que sofreram imenso e ficam marcados alguns deles para a vida toda por causa desta tragédia, destes incêndios e mereciam um tratamento de maior proximidade, maior diálogo e maior ajuda”.

Esta quinta-feira termina o prazo para a entrega dos pedidos de indemnização. Quatro famílias ainda não entregaram o pedido para requerer indemnizações no caso das vitimas mortais nos incêndios do verão. Estão também contabilizados 254 feridos que podem pedir indeminização.

Os incêndios do ano passado fizeram mais de uma centena de vítimas mortais, 66 em Junho em Pedrógão Grande e 46, em Outubro, na região centro, milhares de hectares de floresta destruída e milhões de euros de prejuízos.

Os incêndios florestais consumiram este ano mais de 442 mil hectares, o pior ano de sempre em Portugal, segundo os dados do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

Comentários
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  • e os media?
    15 fev, 2018 lis 11:52
    Em vez de andarem a (des)informar constante e sensacionalistamente, com imagens de chamas, de pânico e de terror, porque é que não prestam um melhor serviço, informando constantemente sobre os direitos dos afectados, uma vez que eles estão criados e existem? E a associação porque não insiste junto dos media para que adoptem este tipo de procedimento? O governo ou as suas instituições não têm TVs nem jornais, para fazer esse trabalho! Será que não há ruído demasiado para efeitos políticos oportunistas? Isso sim, é que é lamentável!...

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